“Sem amor não existiria música”

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Foto: Juliana Robin/ Divulgação
Foto: Juliana Robin/ Divulgação

“A Diana, quando eu ouvi pela primeira vez o disco azul dela, de 1972, produzido pelo Raulzito [Raul Seixas, 1944-1989], eu falei: eu preciso gravar esse disco inteiro, porque esse disco foi feito pra mim. Foi uma identificação instantânea e imensa com ela, com as canções que ela escolhia para o repertório dela”, revelou a cantora Bárbara Eugênia na última terça-feira (28 de fevereiro) durante audição coletiva de “Foi Tudo Culpa do Amor”, seu novo disco, que chegou hoje (3) às plataformas de streaming.

Foi Tudo Culpa do Amor - Pérolas Populares - Vol. 1. Capa. Reprodução
Foi Tudo Culpa do Amor – Pérolas Populares – Vol. 1. Capa. Reprodução

Ano passado o disco de estreia de Diana completou 50 anos; antes ela havia lançado alguns compactos, nos estertores da Jovem Guarda – ela foi contratada para a CBS, por onde lançou o citado disco azul, para substituir a cantora Wanderléa. 2023 marca outra efeméride: os 10 anos de “É O Que Temos” (2013), disco em que Bárbara Eugênia regravou “Porque Brigamos”, a versão de Rossini Pinto para “I Am, I Said”, de Neil Diamond, invariavelmente apontado como o maior sucesso da carreira de Diana, faixa do citado disco azul.

Bárbara Eugênia volta a Diana e uma parceria da cantora homenageada com o ex-marido Odair José intitula o novo disco de sua conterrânea: “Foi Tudo Culpa do Amor” fecha o repertório de 10 “Pérolas Populares”, como salienta o subtítulo do álbum – um primeiro volume, conforme a capa também explicita: ela e o produtor Zeca Baleiro escolheram as faixas em meio a um conjunto inicial de 80 títulos do universo da chamada música “brega”.

Para Bárbara Eugênia, a escolha da faixa e do título foi uma surpresa. “A gente ficou muito na dúvida de qual da Diana. É uma composição que foi gravada tanto pelo Odair quanto pela Diana, então a gente conseguiu homenagear dois artistas com uma canção só e isso pesou bastante. Sem amor não existiria música, não existiria nada. Somos amor, o universo é amor, a terra é amor, a humanidade é amor por mais que o momento [interrompe-se]… mas sim, é amor, a música romântica é puro amor, “Foi Tudo Culpa do Amor” é um dos melhores nomes de música de todos os tempos”, contou.

Além de Bárbara Eugênia, a live, misto de audição do disco e entrevista coletiva, acompanhada por FAROFAFÁ, contou também com as presenças do produtor Zeca Baleiro e de Filipe Catto, que assina a direção de arte do álbum e, com Juliana Robin, a direção de arte das fotos e vídeos e o design gráfico de “Foi Tudo Culpa do Amor”. Por falar em vídeos, a cantora já havia lançado o videoclipe de “Impossível Acreditar Que Perdi Você” (Márcio Greick/ Cobel) e hoje, junto com o álbum, foi a vez de “Gosto de Maçã” (Wando).

O repertório se completa com “Não Se Vá (Tu T’en Vas)” (Alain Louis Bellec/ versão: Jane Moraes e Herondy), cantada em dueto com Zeca Baleiro, “Qualquer Jeito” (Robert Lee Mc Dill / versão: Roberto Carlos e Erasmo Carlos) – sucesso da cantora Kátia cujo verso “Não Está Sendo Fácil” quase batiza o disco –, “Mentira” (Osmar Zan), sucesso do repertório de Evaldo Braga que ganhou um arranjo reggae, “Meu Fracasso”, um lado b de Reginaldo Rossi, “Não Vou Mudar”, em dueto com Fernando Mendes (autor da música, em parceria com Dom Wander), “Nasce do Silêncio Uma Saudade” (Germani-Sanjust/ versão: A. Celestino) e “Vadiar” (Davidson e Vicente Jr.).

Bárbara Eugênia (voz e percussão ocasional) é acompanhada por Rovilson Pascoal (guitarra, guitarra 12 cordas, violão, lap steel), Pedro Cunha (teclados, sanfona), Erico Theobaldo (beat, bateria, baixo), Zeca Baleiro (baixo, coro), Bianca Godoi (bateria, baixo, violão nylon, arpeggiator, coro) e Julia Valiengo (coro).

“Eu sou um grande fã dessa produção [da chamada música “brega”], passei a infância e adolescência ouvindo AM”, revelou o produtor Zeca Baleiro. “No Brasil, esses artistas que Bárbara celebra neste disco foram alvo de muito preconceito, era uma música ouvida por estratos mais populares da sociedade. A gente tem que relativizar tudo, se a gente colocar essa música com o que o povão está ouvindo [atualmente], é Beethoven, é Bach, é Ennio Morricone”, comparou. “Eu acho [os compositores] tão importantes quanto Caetano, Chico, Gil, eu tiro o chapéu para esses caras, essa gente que fez essa música e que enche nosso coração de algo que a gente não sabe o que é. A gente ouve e fica doido pra namorar, pra beber, pra conversar, pra celebrar com os amigos, é bonito”, finalizou Baleiro. “E chorar também”, acrescentou, certeira, Bárbara Eugênia.

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Ouça “Foi Tudo Culpa do Amor”:

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