Verão/ Beije-me antes. Single duplo. Capa. Arte de Marco Faria. Reprodução
Verão/ Beije-me antes. Single duplo. Capa. Arte de Marco Faria. Reprodução

De par em par, Chico César e Zeca Baleiro vão aperitivando os fãs-clubes para o álbum que lançam em dupla em 2023. Depois do single duplo “Lovers” + “Respira”, disponibilizado em maio de 2021, agora é a vez das faixas “Verão” e “Beije-me antes”, também lançadas em parceria pelos selos Chita e Saravá, de ambos, com distribuição da ONErpm.

“É o prenúncio de um disco que um dia vai sair [risos], espero que logo, em 2023. Um disco que a gente começou a compor durante a pandemia, mas por várias razões, de agendas, devido aos muitos compromissos de ambos, a gente acabou postergando, mas agora, em breve, a gente finaliza. Essa é uma segunda prévia desse disco, com essas duas canções”, anuncia Baleiro, divertindo-se/nos.

A capa, de ar tropical, ilustrada por Marco Faria, traz desenhos de ambos nus (como João Donato e Jards Macalé em “Síntese do lance”, álbum que lançaram ano passado, também em dueto). “Eu não tenho nem roupa para esse verão/ por isso eu tô nu”, cantam na letra de “Verão”, sinônimo de sol e, no caso de Chico César e Zeca Baleiro, de soul: a faixa traz homenagens à música da santíssima trindade do soul brasileiro, Cassiano (1943-2021), Hyldon e Tim Maia (1942-1998), com citações poéticas e melódicas de obras do trio. A faixa tem produção e mixagem do guitarrista Alexandra Fontanetti.

No ska “Beije-me antes” convidam: “Vem voar, minha lindeza/ luz acesa é a paixão/ ver poesia e beleza/ sob a mesa, ao rés do chão/ bem viver na incerteza/ que a certeza é ilusão”, letra esperançosa em tempos de vale-tudo, inclusive mentiras, na luta pelo poder. “O poder vai virar pó/ e o amor vai viralizar”, anunciam, noutro trecho da faixa que tem Maestro Tiquinho no trombone e arranjo de metais. A faixa tem produção de Swami Jr., que assina também a do álbum em dupla, ainda sem título – assim como “Verão”, o reggae “Lovers”, produzido por Érico Theobaldo, é uma exceção.

Parceiros de longa data, desde que dividiram apartamento quando chegaram à São Paulo para se aventurarem pela selva da indústria fonográfica, numa época em que a internet ainda engatinhava e o circuito musical brasileiro era ainda mais restrito ao eixo Rio-São Paulo. Desde lá, época de “Pedra de responsa” e “Mand’ela” [lançadas por Chico César em “Cuscuz clã”, de 1996] e, depois, “Eu detesto coca-light” [por Zeca Baleiro em “O coração do homem-bomba – volume 2”, de 2008], eles vêm pavimentando a ponte Paraíba-Maranhão, em favor da música popular brasileira.

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Ouça “Verão” + “Beije-me antes”:

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