Caetano Veloso e Xande de Pilares - foto: divulgação
Caetano Veloso e Xande de Pilares - foto: divulgação
Gaia Wilmer e Jaques Morelenbaum - foto: divulgação
Gaia Wilmer e Jaques Morelenbaum – foto: divulgação

Parafraseando o próprio compositor, Caetano é como um mundo todo. Ou além: dois mundos. Dois álbuns bastante distintos entre si jogaram luz sobre o universo do santo-amarense em 2023: Xande Canta Caetano (Gold Records/ Uns Produções), de Xande de Pilares, e Trem das Cores (Biscoito Fino), de Gaia Wilmer e Jaques Morelenbaum.

"Xande Canta Caetano". Capa. Reprodução
“Xande Canta Caetano”. Capa. Reprodução
"Trem das Cores". Capa. Reprodução
“Trem das Cores”. Capa. Reprodução

O primeiro acentua o lado sambista de Caetano Veloso, enquanto o segundo, quase completamente instrumental, jazzifica a obra do compositor, em faixas em geral quilométricas. Homenagens distintas – as únicas composições que comparecem ao repertório de ambos os álbuns são “Trilhos Urbanos” e “Luz do Sol” –, justas, merecidas, dignas, com seus executantes dando conta do recado em praias em que se sentem bastante à vontade, à altura do homenageado.

O repertório dos álbuns prioriza composições solitárias de Caetano Veloso. As exceções são “O Amor” (parceria com Ney Costa Santos sobre poema de Vladimir Maiakovski [1893-1930]) no disco de Xande, e “A Terceira Margem do Rio” (parceria com Milton Nascimento), no de Gaia e Jaques.

Com produção musical e arranjos de Pretinho da Serrinha (percussão e cavaquinho), Xande de Pilares (voz, cavaquinho e banjo) está acompanhado por Pedro Baby (violão), Carlinhos 7 Cordas (violão sete cordas), Dirceu Leite (flauta e clarone), Rafael dos Anjos (violão), Guto Wirtti (contrabaixo), Hamilton de Holanda (bandolim em “Qualquer Coisa”), Diogo Gomes (trompete e flugelhorn), Rogério Caetano (violão sete cordas aço em “Diamante Verdadeiro”), Gabriel Grossi (gaita em “Diamante Verdadeiro”), Marcelo Mínyos (violão), Charles Bonfim (baixo em “O Amor”), Bebê Kramer (acordeom em “O Amor”), Bettina Graziani, Dora Morelenbaum, Jussara Lourenço e Rachell Luz (coro).

O maestro Jaques Morelenbaum arranjou, regeu e tocou em diversos discos e shows de Caetano Veloso, incluindo as versões ao vivo de Circuladô (1992) e Fina Estampa (1995). Ele (violoncelo e arranjos) e Gaia Wilmer (saxofone alto e arranjos) estão acompanhados por Maiara Moraes (flauta, flauta em Sol e flautim), Aline Gonçalves (flauta, flauta baixo e flautim), Gustavo D’amico (saxofone soprano na faixa-título, “Luz do Sol” e “A Terceira Margem do Rio”), Eduardo Neves (flauta, flauta em Sol e saxofone tenor), Rui Alvim (clarinete e clarone), Pedro Franco (guitarra), Vitor Gonçalves (acordeom), Pablo Arruda (baixo elétrico e acústico) e Diego Zangado (bateria e percussões). Trem das Cores conta com a participação especial de Mônica Salmaso na faixa-título e “Um Dia”.

A grandeza de Caetano Veloso é indiscutível: trata-se de um dos maiores artistas da música popular brasileira em todos os tempos. Em Xande Canta Caetano e Trem das Cores sua obra é repaginada com honestidade, em reverências que não temeram o mergulho no inusitado, seguindo o exemplo do próprio homenageado, que nunca optou por atalhos fáceis em busca do sucesso a qualquer preço.

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Ouça Xande Canta Caetano:

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Ouça Trem das Cores:

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