Um dos mais requisitados do Brasil, o baterista e percussionista Marcelo Costa - foto: Nando Chagas/Divulgação
Um dos mais requisitados do Brasil, o baterista e percussionista Marcelo Costa - foto: Nando Chagas/Divulgação

A extensa folha de bons serviços que Marcelo Costa já prestou à música brasileira remete aos tempos em que fundou o lendário A Barca do Sol, em 1973 – há 50 anos, portanto –, e seu nome presente em fichas técnicas de discos e shows de medalhões da MPB, atestando o que os mais atentos já sabem: é um dos mais importantes bateristas e percussionistas deste universo.

Este ano o artista lançou Vol. 2 (Biscoito Fino, 2023), em que reúne alguns dos artistas com quem trabalhou ao longo de sua trajetória. A exemplo de Vol. 1 (Biscoito Fino, 2019), o exercício é o mesmo: a constelação canta um repertório mais ou menos conhecido, quase completamente pinçado de seus trabalhos solo, em novas roupagens gravadas exclusivamente para o álbum (coletivo) do percussionista. Entre a regra e as exceções, um conjunto primoroso de canções, intérpretes e instrumentistas.

"Vol. 2". Capa. Reprodução
“Vol. 2”. Capa. Reprodução

O álbum evidencia a competência de Marcelo Costa em seus instrumentos, sem forçar a barra. Começa iluminado pela presença de Maria Bethânia na vinheta “Meu Bom” (Marcelo Costa). A baiana reaparece em “Número Um” (Benedito Lacerda/ Mário Lago). Se na faixa de abertura ouvimos só sua voz e a percussão de Marcelo Costa, nesta, somam-se Fábio Nin (violão), Jorge Helder (baixo acústico), Pedro Mibielli (arranjo de cordas e violino), Ricardo Amado (violino), Glauco Fernandes (violino), Rogério Rosa (violino), Tiago Teixeira (violino), Leonardo Fantini (violino), Bernardo Fantini (viola), Daniel Albuquerque (viola), Márcio Mallard (violoncelo) e Marcus Ribeiro (violoncelo).

Álbum de forte presença feminina, merece destaque também a interpretação vigorosa de Jussara Silveira para “Nervos de Aço” (Lupicínio Rodrigues), acompanhada por Sacha Amback (piano), Marcelo Costa (bumbo e caixa) e João Thiré (efeitos eletrônicos).

O time de intérpretes se completa com o próprio Marcelo Costa (que canta e toca percussão em “Odete”, parceria de Vinícius Eliud e Herivelto Martins, acompanhado por Muri Costa, seu irmão e companheiro de A Barca do Sol, ao violão), Marisa Monte (que canta “Tão Só”, de Dorival Caymmi e Carlos Guinle, com Dadi Carvalho pilotando violões, teclados e baixo), Roberta Sá (“Deixei Recado”, de Gilberto Gil e João Donato), Ney Matogrosso (“Mulher Sem Razão”, de Bebel Gilberto, Cazuza e Dé Palmeira), Mariana de Moraes (“Se Você Disser Que Sim”, de Moacir Santos e Vinícius de Moraes), Mart’nália (“Psiquiatra”, de Elton Medeiros e Zé Keti), Paula Morelenbaum (“Esse Cara”, de Caetano Veloso), que fecha o álbum, e o dueto de Teresa Cristina e Mauro Diniz – que também toca pandeiro – em “Você Me Abandonou” (Alberto Lonato), do repertório da Velha Guarda da Portela.

A despeito das eventualmente diferentes gerações, merecem destaque ainda, entre os instrumentistas, quase tão requisitados quanto o próprio Marcelo Costa, Pedro Sá (guitarra) e Alberto Continentino (baixo), ambos em “Deixei Recado”; Dunga (guitarra, baixo e teclado em “Mulher Sem Razão”); Guto Wirtti (baixo acústico em “Se Você Disser Que Sim” e “Esse Cara”); Dirceu Leite (clarinete em “Psiquiatra”), João Callado (cavaquinho em “Você Me Abandonou”); Jessé Sadoc (trompete em “Esse Cara”) e Chico Adnet (teclado em “Esse Cara”).

Diretor artístico do álbum, Marcelo Costa resume bem a essência do trabalho: “Nós estamos fazendo música, então, mesmo que a minha função seja diferente, é ela, a música, que nos une. O disco é baseado no meu convívio musical com estes artistas. Com alguns já fiz turnês longas, gravei discos, e com outros colaborei de forma mais pontual. É um encontro de artistas que estiveram e estão na minha vida, cantando, tocando e celebrando a música do Brasil”, afirmou no material de divulgação distribuído aos meios de comunicação.

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Ouça Vol. 2:

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