"Chico Lobo 60 Anos". Capa. Reprodução

Astro em um instrumento em geral subestimado, quase sempre associado a um único tipo de música, a caipira, o violeiro Chico Lobo celebra os 60 anos de idade – e mais de 40 de carreira – em Chico Lobo 60 Anos (Kuarup, 2023), seu 28º. álbum, em que reúne um respeitável time de parceiros e amigos.

“Benvirá”, com a adesão do MPB4, abre o álbum remetendo ao universo do controverso Geraldo Vandré, que em 1973 lançou um disco intitulado “Das Terras de Benvirá”. O repertório, quase completamente autoral, passeia pelo ambiente bucólico das zonas rurais brasileiras e temas como viagens, amizades e o próprio ofício da música – “ser violeiro é sina”, canta em “Viola, Verso e Canção”, parceria com Jorge Nelson, interpretada em dueto com Roberto Mendes.

“A vida é estrada longa/ trilha de se cumprir/ e sigo firme nesse chão/ sem medo do que há de vir”, dueta com Zeca Baleiro em “Hoje Amanheci Em Paz” (Chico Lobo). Já em “Alma Barroca” (Chico Lobo/ Thales Martinez), cantada com Renato Teixeira, diz: “Tenho alma barroca, São João/ sou um fruto da terra, raiz/ minha sina é cumprir a missão/ desbravando esses tantos Brasis”.

A lista de convidados se completa com Tuia (em “Vida Bela”), Marcus Viana (em “Violas de Minha Terra Canção”, parceria de ambos), Cláudio Venturini (em “Nascente de Rio”), Renato Boechat (em “Trovador de Sonhos”), o português Pedro Mestre (no medley “Frutos da Terra”/ “Lírio Roxo”, parcerias de ambos), Genésio Tocantins (em “Roçado”, parceria com Marilia Abduani), a dupla Élcio Dias e Amorim (em “Harmonia Caipira”) e Maria Bethânia (na releitura de “Meu Primeiro Amor”, versão de José Fortuna e Pinheirinho para a guarânia de H. Gimenez, do repertório de Cascatinha e Inhana, gravada pela baiana em 1973, a única não autoral do repertório).

A produção de Chico Lobo 60 Anos é de Ricardo Gomes, que assina arranjos, baixos, violões, teclados e vocais. O time se completa com velhos companheiros de estrada: Carlinhos Ferreira (percussão), Gih Saldanha (vocais), Leo Pires (bateria), Marcelo Fonseca (cordas) e Marcelo Sylvah (violões de aço).

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Ouça Chico Lobo 60 Anos:

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