A cantora e compositora Bruna Caram. Foto: Rodolfo Magalhães/ Divulgação
A cantora e compositora Bruna Caram. Foto: Rodolfo Magalhães/ Divulgação

“Com a Perna no Mundo” abre “Afeto e Luta – Bruna Caram canta Gonzaguinha”, sétimo disco da cantora, com 10 faixas do repertório do compositor do Morro de São Carlos, filho do rei do baião.

As ideias iniciais surgiram justamente quando ela não podia botar a perna no mundo – em plena pandemia, a artista apresentou uma live dedicada ao repertório de Luiz Gonzaga Jr. e seus fãs e os do compositor pediram bis.

O cantor e compositor Gonzaguinha ganha homenagem pertinente de Bruna Caram. Foto: reprodução
O cantor e compositor Gonzaguinha ganha homenagem pertinente de Bruna Caram. Foto: reprodução

Com pesquisa de repertório de Jean Wyllys, o título do álbum, com arranjos de Norberto Vinhas, capta bem a essência de Gonzaguinha (1945-1991), que sempre esbanjou talento e competência para abordar estes universos, apenas aparentemente díspares. As faixas equilibram-se entre o amor e a política, sem que um “lado” esteja dedicado a um tema, especificamente.

“Escolhi duas vertentes, a das canções de amor e a das canções políticas, mas considero que essas duas vertentes, na obra dele, muitas vezes se sobrepõem. Porque lutar também significa amar, defender, enfrentar. Para mim, Gonzaguinha era um artista destemido e engajado, que cantava as lutas e principalmente a alegria de viver”, comenta Bruna Caram no material de divulgação distribuído aos meios de comunicação.

Bruna Caram experimentou o repertório em uma turnê, antes de entrar em estúdio. A ideia, segundo ela, é “trazer para o estúdio a energia do público”. A celebração à obra deste grande nome da música popular brasileira chega às plataformas de streaming nesta sexta-feira (28), véspera do aniversário do trágico falecimento de Gonzaguinha, em um acidente automobilístico em 1991.

"Afeto e Luta - Buna Caram canta Gonzaguinha". Capa. Reprodução
“Afeto e Luta – Buna Caram canta Gonzaguinha”. Capa. Reprodução

“Afeto e Luta” vem sendo gestado desde 2020, quando o Brasil atravessava uma pandemia e um desgoverno, cujos resultados trágicos foram 700 mil vidas perdidas para a covid-19 e o retorno do País ao mapa da fome, temas que certamente seriam um prato cheio para o inquieto Gonzaguinha. A homenagem de Bruna Caram acerta na mosca.

Algumas coincidências marcam também a feitura de “Afeto e Luta”: enquanto a sociedade adoecia (de covid ou ódio político), Bruna Caram concebia seu primeiro filho. E a homenagem a Gonzaguinha, artista coletivo – integrou o Movimento Artístico Universitário (MAU) e enfrentou a ditadura militar na campanha por eleições diretas e, antes, no show “Banquete de Mendigos”, idealizado por Jards Macalé (que também lança disco novo nesta sexta) –, é também um álbum de grandes encontros: Leila Pinheiro e Nanan Gonzaga (que assina a direção de voz de Bruna Caram) em “Sementes do Amanhã (Nunca Pare de Sonhar)” (com citação de “Eu Apenas Queria Que Você Soubesse”), Zeca Baleiro em “Eu Nem Ligo”, Zé Renato em “Redescobrir”, Preta Ferreira (que diz um poema incidental de sua autoria) em “É” e Renato Braz em “Caminhos do Coração” (com “A Vida do Viajante”, de Luiz Gonzaga e Hervé Cordovil, de incidental) são os convidados do álbum.

Em sua pertinente homenagem a Gonzaguinha, Bruna Caram está acompanhada por Norberto Vinhas (violão, violão 12 cordas, guitarra), Emílio Martins (percussão), João Camarero (violão sete cordas), Bernardo Goys (baixo elétrico), Fernando Nunes (baixo elétrico), Maiara Moraes (flauta) e Ivan Teixeira (teclados, piano), além das participações especiais de Luciano Lobato (bateria em “Belo Balão”), Clara Bastos (baixo acústico em “Sementes do Amanhã”), Adriano Magoo (piano, teclados e acordeom em “Sementes do Amanhã”), Lan Lanh (percussão em “Eu Nem Ligo”), Catarina Caram, Stella Baines, Nina Vanin e Chicó (coro em “Belo Balão”), e Tércio Guimarães e Adriano Canetta (saxofones), Maestro Tiquinho (trombone) e Gustavo Henrique (trompete) em “É”.

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