Chega às plataformas digitais álbum de 2000 em que Carlos Malta apimenta repertório de Elis Regina

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A cantora Elis Regina no show "Transversal do Tempo" (1978) - foto: Jornal do Brasil/ elisregina.com.br/ reprodução
A cantora Elis Regina no show "Transversal do Tempo" (1978) - foto: Jornal do Brasil/ elisregina.com.br/ reprodução

Este 19 de janeiro marca os 42 anos sem Elis Regina (1945-1982), para sempre uma das maiores intérpretes da música popular brasileira em todos os tempos. O multi-instrumentista, arranjador e compositor Carlos Malta fez chegar hoje às plataformas de streaming o álbum Pimenta, que originalmente lançou em 2000.

"Pimenta". Capa. Reprodução
“Pimenta”. Capa. Reprodução

O título, para além do apelido, no diminutivo, com que Elis Regina era conhecida no meio artístico, faz jus ao repertório, uma coletânea que funciona como uma versão instrumental de um “melhor de”, passeando pela obra de diversos compositores que ela gravou ao longo das várias fases de sua carreira, retemperados pela pegada jazzística de Carlos Malta e os músicos que o acompanham.

Ao longo de 10 faixas, Carlos Malta (saxofone soprano, flauta, flauta baixo, saxofone barítono, flautim) é acompanhado por Augusto Mattoso (contrabaixo) e Luis Sobral (bateria), com Dalmo C. Mota (violão 12 cordas em “Nada Será Como Antes” e “Cais”), Itamar Assiere (piano em “Águas de Março” e “Chovendo na Roseira”), Jurim Moreira (bateria em “Águas de Março” e “Chovendo na Roseira”), Osmar Milito (piano em “Upa, Neguinho” e “O Bêbado e a Equilibrista”, em que também assina o arranjo), Gabriel Improta (guitarra em “Ladeira da Preguiça”), Kesso Fernandes (bateria em “Ladeira da Preguiça”) e Cliff Korman (piano e arranjo em “Garota de Ipanema”).

Entre amostras majoritariamente bossa-novistas e do chamado Clube da Esquina, além de joias da dupla João Bosco e Aldir Blanc (1946-2020), que afinal de contas Elis Regina ajudou o Brasil a conhecer, em gravações não raro definitivas. O repertório escolhido por Carlos Malta e sua abordagem atestam a riqueza da música brasileira, em sua linha tênue entre o popular e o erudito, num grau de sofisticação raras vezes alcançado em outras geografias.

Milton Nascimento e Ronaldo Bastos comparecem com “Nada Será Como Antes” (1971) e “Cais” (1972); Tom Jobim (1927-1994) com “Águas de Março” (1972), “Chovendo na Roseira” (1974) e “Garota de Ipanema” (parceria com Vinicius de Moraes [1913-1980]) (1982), Edu Lobo e Gianfrancesco Guarnieri (1934-2006) com “Upa, Neguinho” (1966), João Bosco e Aldir Blanc com “Bala Com Bala” (1972) e “O Bêbado e a Equilibrista” (1979) e Gilberto Gil com “Ladeira da Preguiça” (1973). O repertório se completa com “Fascinação” (1976), um dos maiores êxitos de Elis Regina, versão de Armando Louzada para a parceria de Maurice de Feraudy e Fermo Dante Marchetti.

Nunca é demais re/ouvir Elis Regina e/ou Carlos Malta. A quem não o fez quando o álbum foi originalmente lançado, uma nova oportunidade. Aquele velho ditado nunca fez tanto sentido: Pimenta no ouvido (dos outros) é refresco.

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Ouça Pimenta:

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