Gabi Buarque leva seu “Mar de Gente” ao circuito Sesc/RJ

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"Mar de Gente" - capa/ reprodução
"Mar de Gente" - capa/ reprodução

Gabi Buarque lançou Mar de Gente em 2020, em plena pandemia de covid-19, o que prejudicou sobremaneira a divulgação do álbum e a circulação da artista com shows.

Recentemente a carioca de voz ao mesmo tempo doce e firme estreou curta temporada no circuito Sesc. As próximas apresentações acontecem dias 1º. de outubro no Sesc Copacabana, 4/10 no Teatro Sesc Rosinha de Valença, em Valença, e 29/10 no Sesc Tijuca.

Cantora, compositora e instrumentista versátil, o repertório do show abriga faixas de Mar de Gente e dos álbuns anteriores da artista – Fiandeira (2014) e Deixo-me Acontecer (2011) – além de releituras de sucessos de Gal Costa (1945-2022) e Rita Lee (1947-2023), influências confessas.

Ano passado, Gabi Buarque participou de Cataventos – Música e Poesia, que reúne diversos intérpretes ao redor da obra de Hermínio Bello de Carvalho, de quem é parceira em “Foi Mal”, que gravou no álbum, com as presenças de Alaíde Costa, Fernanda Montenegro, Joyce Moreno, Marcos Sacramento, Maria Bethânia, Paulinho da Viola e Pedro Miranda, entre outros.

Gabi Buarque é parceira, ainda, de Roberto Didio (em “Samba Rezadeiro”), Socorro Lira (“É”, “Se Cesse”, “Gente é Pedra”, “Os Muros”), Marina Sereno (“Luzia Luzia”), Silvia Duffrayer (“Morena do Mar”) e Angélica Duarte (“Concha”), para citar apenas quem comparece ao quase completamente autoral Mar de Gente – a exceção é “Pulso Aberto” (Maria Rezende).

A faixa-título, que encerra o álbum, bem o traduz, com as participações especiais de um mar de gente: Mariana Baltar, Nina Wirtti, Silvia Duffrayer, Thais Macedo e Áurea Martins. A letra, explicitamente política, começa: “Não temos grana pra comprar/ esse sistema podre e vil/ que culpa negro, pobre e gay/ pela miséria do Brasil/ Nós somos tantas,/ correnteza de rio/ que escorre em Mariana/ pro mar de gente, Marielle/ e fere, fere, fere”.

Gabi Buarque conversou com exclusividade com FAROFAFÁ.

A cantora e compositora Gabi Buarque - foto: divulgação
A cantora e compositora Gabi Buarque – foto: divulgação

QUATRO PERGUNTAS PARA GABI BUARQUE

ZEMA RIBEIRO: Mar de Gente, seu álbum mais recente, foi lançado em junho de 2020, em meio à pandemia de covid-19, o que impediu, por motivos óbvios, que o trabalho tivesse a divulgação necessária, com um circuito de apresentações etc. É isto que te motiva a, agora, encarar essa temporada de apresentações no circuito Sesc, iniciada mês passado?
GABI BUARQUE: Sim, com certeza! O álbum Mar de Gente nasceu num mundo pandêmico, foi uma maneira de amenizar esse momento difícil que vivíamos. Passado esse período, veio o desejo de apresentar ao vivo as canções que seguiam vivas em mim. Com a aprovação no edital Sesc Pulsar, a realização de cinco shows pelo Rio de Janeiro, com banda, cenário, figurino, fez o sonho possível. 

ZR: As pessoas podem se perguntar pela demora entre o fim da pandemia e estas suas apresentações, porém a gente sabe que essas coisas de produção demandam tempo e organização. Outro dia eu entrevistei a cantora e compositora Thami, que disse que o Rio era mais complicado que, por exemplo, São Paulo, em termos de palco e oportunidades. Você concorda com ela? Que avaliação faz?
GB: Concordo. Costumo dizer que o Rio de Janeiro é uma grande ilusão. Artistas de todo país vêm para cá buscando uma vitrine para sua arte, mas a realidade é bem diferente do que pode aparentar. O Rio é uma cidade cara de se morar, além disso, são poucas as casas de show, pouco público. Por isso, iniciativas como a do Sesc são tão importantes para alimentar a cultura, as artistas e a formação de plateia, através de ingressos acessíveis. 

ZR: Quem está contigo nesses palcos e o que vocês estão preparando em termos de repertório?
GB: No show Mar de Gente estou acompanhada de Lula Washington (violão e guitarra), Georgia Camara (bateria e percussão), Kiko Horta (piano e acordeom) e Thalita Villa (baixo). Áurea Martins participa de três shows conosco. Além de cantar, eu toco violão e digo poemas de Conceição Evaristo, Maria Rezende, Fernando Pessoa (1888-1935) e meus também. Todas as canções do álbum estão presentes, além de duas “mulheragens”: uma para Gal e outra para Rita Lee. 

ZR: Apesar da pandemia já são quatro anos desde Mar de Gente. Você já está pensando e/ou trabalhando em um álbum novo? O que você pode antecipar para a gente?
GB: No momento estou focada nos shows de lançamento, mas desejo gravar algumas canções inéditas, sim. Já pensei até num tema. E será uma virada de chave essa questão do disco físico, que tenho dos três trabalhos lançados, mas acredito que o próximo será virtual apenas. Além disso, tenho muita vontade de lançar um livro de poesias. Vamos ver o que o futuro reserva pra mim.

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Ouça Mar de Gente:

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