Governo indicará diretora do MEC para vaga na direção da Ancine

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A gestora Patricia Barcelos, do MEC

O governo federal deve indicar a gestora e educadora Patricia Barcelos, diretora de Políticas e Regulação da Educação Profissional e Tecnológica do Ministério da Educação (MEC), para ocupar o cargo vago na direção da Agência Nacional de Cinema (Ancine) a partir de setembro. Naquele mês, vai expirar o mandato de Tiago Mafra, indicado por Jair Bolsonaro em 2021 para ocupar parte do mandato de Debora Ivanov. Patricia Barcelos integra, desde 2023, o Conselho Superior do Cinema, assim como o Comitê Gestor do Fundo Setorial do Audiovisual (a partir de abril de 2024).

A escolha do nome de Patricia surpreendeu o setor audiovisual, que trabalhava para tirar uma indicação que contemplasse a área cinematográfica, com experiência e trânsito na área. É tradição uma lista tríplice da área, que foi ignorada antes mesmo de ser formulada. O Ministério da Cultura, dessa forma, atropela um processo mais democrático de escolha e tira um nome do bolso do colete, uma pessoa de longe do setor. Havia expectativas em relação a diversos outros postulantes, como a produtora Vânia Lima, da Bahia. A Secretaria do Audiovisual (SAV), órgão do MinC, também trabalhava com outros nomes para o posto.

A saída de Tiago Mafra abriria caminho para o governo Lula iniciar um processo de desbolsonarização da Ancine, já que, à exceção de Paulo Alcoforado, toda a atual diretoria colegiada foi indicada no governo passado. O diretor presidente, Alex Braga, demonstrou surpreendente habilidade em transitar entre dois polos políticos distintos e acabou sendo “agasalhado” pela atual gestão do MinC, que o prestigia em ações de fomento extemporâneas (e concentradoras) e tem passado um pano em sua atividade anterior, marcada por episódios de censura, autoritarismo e atos contraproducentes. Setores da cúpula do MinC atual também demonstram interesse em controlar a reforma do VoD, em trâmite no Congresso, para evitar uma legislação de maior controle sobre o faturamento do streaming. Essa postura, alinhada com a direita, já foi demonstrada em votações recentes.

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