Novo álbum do grupo pernambucano alinha inéditas e regravações, com participações especiais de Lenine, Fagner, Juliana Linhares, Pe. Fábio de Melo e Marcos Valle
Os 50 anos de vivência – contatos a partir de sua estreia fonográfica – de um dos grupos mais importantes da música popular brasileira é celebrada em “Entre a Flor e a Cruz” (Biscoito Fino, 2023), álbum que a Banda de Pau e Corda disponibilizou hoje (22) nas plataformas digitais.
Sérgio Andrade (voz, percussão e vocal), Júlio Rangel (viola e vocal), Sérgio Eduardo (contrabaixo), Zé Freire (violão e vocal), Yko Brasil (flauta transversal e pífano) e Alexandre Baros (bateria, percussão e vocal) alinham no repertório clássicos do grupo, regravações e canções inéditas, com o acento marcadamente nordestino, uma das principais características da trajetória da Banda de Pau e Corda, cujo maior sucesso é “Flor d’Água” (Waltinho/ Roberto Andrade) – também regravada em “Entre a Flor e a Cruz” –, mas cujo conjunto da obra merece ser re/descoberto por mais ouvidos – e neste sentido o novo álbum presta ótimo serviço, uma espécie de “mais uma chance” aos menos antenados.
Mais uma demonstração de coerência e unidade é a produção do álbum ter ficado a cargo de José Milton (com Alexandre Baros), que trabalha com a Banda de Pau e Corda desde o álbum de estreia, “Vivência”, lançado em 1973, que marcou sua estreia como produtor – função que ele cumpriria nos primeiros sete discos do grupo e em “Missão do Cantador” (2021), disco de estúdio que antecede este lançamento – também em 2021 o grupo lançou o ao vivo “Na Estrada”, dividido com o também longevo Quinteto Violado.
Diversas participações especiais comparecem à celebração: Lenine em “Moer Cana” (Chico César), Fagner em “Areia” (Sérgio Andrade/ Waltinho), Juliana Linhares em “Carcará” (João do Vale/ José Cândido), Pe. Fábio de Melo em “Esperança” (Waltinho/ Sérgio Andrade), e Marcos Valle em “Pelas Ruas do Recife” (Marcos Valle/ Novelli/ Paulo Sérgio Valle), pela ordem de aparição.
Em “Entre a Flor e a Cruz” a Banda de Pau e Corda atesta mais uma vez seu frescor, com as antenas apontadas ao novo: a faixa-título, por exemplo, é de autoria de PC Silva, expoente de uma nova cena pernambucana que tem chamado a atenção do Brasil. A ilustração da capa, do artista plástico conterrâneo Ayodê França, sela com chave de ouro a dúzia de canções escolhidas para festejar esta trajetória ímpar, merecedora de todos os vivas.
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Ouça “Entre a Flor e a Cruz”: