Gabriel Aragão e Mateo Piracés-Ugarte. Foto: divulgação
Gabriel Aragão e Mateo Piracés-Ugarte. Foto: divulgação

A arte e a liberdade são sempre malvistas por regimes totalitários, que as consideram inimigas públicas. Sempre que um ditador, ou aspirante a, chega ao poder costumam ser as duas primeiras a sofre cerceamento, além de outros direitos.

Em 1970 o chileno Victor Jara (1932-1973) compôs o clássico “Caminando, Caminando”, em oposição à ditadura militar chilena (1973-1990), faixa de “Canto Libre”, disco lançado àquele ano pelo artista. Mal comparando, a música está para o Chile como “Pra não dizer que não falei das flores” (Geraldo Vandré) está para o Brasil.

"Caminando, Caminando". Single. Capa. Reprodução
“Caminando, Caminando”. Single. Capa. Reprodução

O cantor e  compositor foi torturado e assassinado poucos dias após o golpe militar que conduziu ao poder o ditador Augusto Pinochet (1915-2006).

Inspirado pelos ventos que começam a soprar no Brasil após quatro anos do governo de extrema-direita de Jair Bolsonaro (2019-2022), os músicos Gabriel Aragão (Selvagens à Procura de Lei) e Mateo Piracés-Ugarte (francisco, el hombre), de tripla cidadania (mexicano, brasileiro e chileno), acabam de lançar o single “Caminando, Caminando”, releitura da obra-prima de Jara.

Na gravação, Gabriel Aragão (voz, guitarra e violão) e Mateo Piracés-Ugarte (voz, violão e programações) são acompanhados por Matheus Brasil (baixo, programações, mixgem e masterização) e Dustan Gallas (sintetizadores).

“Caminhando, caminhando/ vou buscando liberdade/ tomara que encontre caminho/ para seguir caminhando”, começa a utópica letra, em tradução livre. É triste constatar que a mensagem continue atual, após os recentes anos de retrocesso. A regravação é trilha sonora desta busca por um futuro melhor.

*

Ouça “Caminando, Caminando”, com Gabriel Aragão e Mateo Piracés-Ugarte:

PUBLICIDADE

DEIXE UMA REPOSTA

Por favor, deixe seu comentário
Por favor, entre seu nome