domingo, maio 19, 2024

“A gente se distrai e quando vê tá com 80 anos”

"É preciso esperar a ideia", diz Luis Fernando Verissimo - still/ reprodução
Com pequenas variações, o chiste que intitula este texto é repetido por Luis Fernando Verissimo ao longo dos 90 minutos do documentário que protagoniza, que acompanha os 15 dias antes de seu aniversário de 80 anos – ele completa 88 em setembro que vem.Talvez falte paciência a espectadores mais apressados, gente acostumada a acelerar áudios de whatsapp: no princípio,...

A autobiografia familiar de Jotabê Medeiros

Autobiografia familiar de Jotabê Medeiros
Dois anos atrás, a família Medeiros se reuniu para comemorar o centenário de João Francisco, um brasileiro de Sumé, no sertão paraibano, que migrou para o norte do Paraná. Ele ainda está vivo, hoje com 102 anos. Naquele encontro, um dos seus 20 filhos percebeu que havia ali uma grande história se examinasse o passado da família. Esse garoto...

A poesia consciente de Arnaldo Vieira

"Cemitério de Mamutes". Capa. Reprodução
O poeta Arnaldo Vieira lança hoje (13) “Cemitério de Mamutes” (Pitomba!, 2023), sua terceira coletânea de poemas, que sucede “Hoje Também É Segunda” (2020) e a estreia “Música Para Afogamentos” (2018), todos publicados pela mesma editora – os três livros têm uma unidade gráfica e funcionariam bem juntos em uma caixa.“Cemitério de Mamutes” também é ilustrado por imagens de...

Leia o Álbum, ouça os discos

Um livro sobre discos pode consistir, por si só, em um exercício de exclusões. Primeiro, porque quase não há mais discos em circulação para abrir o leque do debate, eles já se converteram hoje em artefatos de interesse arqueológico. Segundo, porque toda seleção fundada no arbítrio é forçosamente um exemplar da famosa síndrome das listas (que acomete com frequência...

Entre a ficção e a realidade, a síntese

Brevidades. Capa. Reprodução
Publicitário consagrado, Paulo Camossa Júnior percorre o caminho contrário do chiste de Zeca Baleiro no encarte de "Pet Shop Mundo Cão" (2002): “o riso de malandro/ não disfarça o otário/ outrora poeta/ hoje publicitário”.Seu livro de estreia, “Brevidades” (Paraquedas, 2022, 132 p.), apresenta 80 microcontos. Se “conto é tudo o que chamamos conto”, como nos ensinou Mário de Andrade...

Com ou sem memória?

Sentei-me para assistir ao Saia Justa com especial interesse, acreditando que ouviria algo novo sobre esse assunto que já faz parte da minha vida há anos, mas que de repente virou moda e ainda promete muitos capítulos. A “batalha das biografias” envolve aquele choque de preceitos constitucionais - liberdade de expressão e direito à privacidade – e, principalmente, uma ação...

De volta aos tambores de São Luís

O escritor Josué Montello. Acervo CCJM
O grande romance de Josué Montello (1917-2006) sobre a escravidão, “Os tambores de São Luís” , terá nova edição lançada hoje, em solenidade na Casa de Cultura Josué Montello (CCJM, Rua das Hortas, 327, Centro), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Cultura do Maranhão (Secma). A reedição foi realizada em parceria com a Casa do Autor Maranhense.Lançado originalmente...

Joyce, baianos e mineiros nas dunas “da Gal”

"No princípio, eram os cariocas. Pouco a pouco foi chegando gente de outras paragens. Os baianos, por exemplo, não tiveram o menor problema de adaptação, uma vez que já eram do ramo. Ficaram tão à vontade que alguém, muitos anos depois, inventou de chamar o trecho das obras do emnissário submarino de 'dunas da Gal'. Na época, a rapaziada...

“Os nossos mortos continuam vivos, quando lhes cultuamos a memória”

Maria Firmina dos Reis, Úrsula: Uma história em quadrinhos. Capa. Ilustração de Marcos Caldas. Reprodução
Historiador Iramir Araújo lança hoje em São Luís, HQ sobre vida e obra de Maria Firmina dos ReisHistoriador e mestre em História Social pela Universidade Federal do Maranhão (UFMA), já há algum tempo Iramir Araújo vem dando uma inestimável contribuição para a ampliação do alcance de determinados autores maranhense, suas obras e histórias. Envolvido também com publicidade, ele carrega...

Paraibano mergulha Lovecraft nas HQs underground

Juscelino Neco, cartunista de Campina Grande, revisita a obra do mestre do horror com as tintas da escatologia O horror, na obra do escritor H.P. Lovecraft (1890-1937), habita com brutal normalidade a superfície do ser humano. O próprio autor parecia referendar sua teratologia com pinceladas de fobias sexuais, racismo, misantropia, esquisitice. Ao longo das décadas, seus contos sinistros vitaminaram um...