Tapume no Beco dos Catraieiros, Praia Grande. Foto: Zema Ribeiro
Tapume no Beco dos Catraieiros, Praia Grande. Foto: Zema Ribeiro

A partir das 16h de hoje (21), na escadaria da Rua do Giz, ao lado do Restaurante do Senac, na Praia Grande, o L Festival ocupa o Centro Histórico de São Luís. Uma festa horizontal, plural, diversa e com lado. Um protesto contra a política de morte – física e simbólica – realizada pelo governo neofascista de Jair Bolsonaro (2019-2022).

O evento é voluntário e aglutinará representantes de diversas linguagens artísticas – música, cinema, performance, poesia e cordel, entre outras. Não se trata de viúvas da Lei Rouanet, como a extrema-direita costuma rotular artistas que declaram voto em Luiz Inácio Lula da Silva (PT), mas de gente que entende que a diversidade cultural é um dos mais fortes símbolos e sinônimos de Brasil e não teme se posicionar.

A organização do evento classifica-o como apartidário e sem fins lucrativos, e isto se explica diante de uma encruzilhada menos percebida do que deveria: esta não é uma eleição normal. Tem-se, de um lado, uma candidatura que representa a continuidade da democracia e das liberdades dela advindas; e do outro, um autocrata aspirante a ditador, que costumeiramente desrespeita as leis, seja governando, seja fazendo campanha.

Sob Bolsonaro o Brasil não tem mais Ministério da Cultura e assistimos ao desmonte sistemático de políticas públicas do setor, embora se estime que a economia criativa represente entre 1,2% e 2% do Produto Interno Bruto (PIB) do país e entre 2% e 2,5% da massa salarial formal. “Vamos engrossar a luta pela democracia”, diz o material de divulgação do evento.

A lista de artistas é grande, qualificada e bastante conhecida nas cenas (sempre no plural) da ilha. Estão confirmados/as: Alicia Saul, Altas Doses, Beto Ehong, Bloco Afro Akomabu, Célia Sampaio, Cesar Teixeira, Celso Borges, Chico Nô, Chico Saldanha, Companhia de Dança Cazumbá, Criola Beat, Dalva Palmar Brasil, Dicy, Djuena Tikuna, Emanuele Paz, Emilio Sagaz, Fátima Passarinho, Fernando HellBoy, Flávia Bittencourt, Frederico Machado, Joãozinho Ribeiro, Josias Sobrinho, Júnior Monstrinho, Kaio Sousa, Kli.cia, Lyspectro, Mestra Roxa e as Caixeiras, Michael Mesquita, Nanda Maryel, Pedro Sobrinho, Preto Nando, Regiane Araújo, Sérgio Habibe, Thierry Castelo, Totó Sampaio, Valéria Sotão, Wanderson Silva, Wilson Zara e ZéMaria Medeiros.

“Estou junto com todos esses artistas pelos quais tenho profunda admiração e que são importantes na minha trajetória como artista, cantora e compositora. Nosso coletivo está engrossando o caldo na luta pela democracia. Realizaremos o L Festival para dizer que nós não naturalizamos uma estrutura de governo que naturaliza o racismo, práticas homofóbicas e as estruturas da desigualdade social em nosso país. Não acreditamos em um governo que é excludente e não compreende a diversidade étnica de nosso país. Vamos pra luta!”, afirmou a cantora Regiane Araújo em um vídeo postado em suas redes sociais.

“É um evento produzido, dirigido e pensado pela classe artística de São Luís, que decidiu que era hora de ir para a rua, de dialogar com a sociedade, expor o momento político que vive o Brasil e apontar soluções, se utilizando da ferramenta, de nosso trabalho do dia a dia, que é a arte. Nisso a gente conseguiu unir dezenas de artistas, o evento vai contar com mais de 30 artistas, muita gente, a adesão foi muito grande, é um sinal positivo de que a classe artística está demarcando seu território, quer um Brasil livre e democrático, esse é o intuito desse evento. A gente conclama toda a sociedade para estar com a gente, não só nesse evento, mas nessa luta política que vive o Brasil, esse cenário tenebroso que por acaso possa vir a acontecer, então é o momento de se unir, é o momento de discutir com o povo, com alegria, com música, com cinema, com poesia. A gente conta com vocês”, convidou o cantor e compositor Beto Ehong, um dos organizadores do L Festival.

Serviço: L Festival, com mais de 30 artistas de diversas linguagens. A partir das 16h, na escadaria da Rua do Giz, ao lado do Restaurante do Senac (Praia Grande). Grátis.
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