Ladrões levam óculos de Itamar Assumpção do Centro Cultural São Paulo

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Gilberto Gil inaugurando a estátua de Itamar Assumpção na Penha, em São Paulo, em dezembro

Ladrões furtaram nesta sexta-feira, 26, os famosos óculos escuros do compositor Itamar Assumpção (1949-2003) que estavam em exibição no Centro Cultural São Paulo (CCSP), na Rua Vergueiro.  O objeto integrava a mostra Afro Brasileiro Puro, em curso naquele centro de cultura, e pertence ao MU.ITA – Museu Itamar Assumpção, localizado na Penha, o primeiro museu virtual dedicado a um artista negro brasileiro, que foi inaugurado em 2020.

A informação foi divulgada na noite deste sábado em uma rede social por Priscila Melo, diretora administrativa do MU.ITA, e pela cantora Anelis Assumpção, filha do artista. Ela afirmou que a exposição do CCSP, que está em curso até o dia 4 de setembro, será interrompida para que se inicie uma investigação. Os óculos eram uma peça muito usada em cena pelo artista e se tornou indissociável de sua imagem, o chamado “óculos de gatinho” – Itamar uniu o útil ao agradável, já que o usava para correção de sua miopia.

“Os óculos roubados eram uma peça da década de 1980, única, preservada e cuidada pela família após seu falecimento e tem, para o acervo do MU.ITA, e toda a sociedade, um valor inestimável”, escreveu Priscila. Ela informou que todas as peças originais do acervo do museu foram fotografadas e catalogadas com fins de preservação.

Uma réplica do óculos furtado pode ser vista no bairro da Penha, na Zona Leste de São Paulo. Está na estátua de bronze de Itamar Assumpção inaugurada em dezembro do ano passado no bairro onde ele viveu por Gilberto Gil. Assumpção foi um dos maiores compositores e intérpretes paulistas da MPB, e teve encontros artísticos com Jards Macalé, Luiz Melodia, Paulo Leminski, Arrigo Barnabé, Edvaldo Santana, Ademir Assunção, entre outros muitos. Suas músicas foram interpretadas por muitas artistas, como Zélia Duncan, Ná Ozzetti, Cássia Eller e outras. No museu em sua memória, é possível ver indumentária, fotografias e documentos da vida do artista, que trabalhou no bairro da Penha entregando carnês de IPTU durante um período da existência – estão lá da certidão de casamento ao certificado de dispensa do serviço militar.

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