O indigenista Bruno Pereira em sua última foto, descoberta há alguns dias

Nesta segunda-feira, 5 de junho, completa-se um ano do assassinato bárbaro do indigenista Bruno Pereira e do jornalista inglês Dom Philips no Amazonas. Arrisquei escrever uns versos para marcar o dia. Tabatinga, o nome do município do crime, significa “barro branco” – trata-se de um composto argiloso formado a partir de uma mistura única de raros materiais encontrados no fundo de lagoas ou rios, em áreas de restinga (só se forma quando a água doce da lagoa se mistura com a água salgada do mar).

O trabalho dos dois ambientalistas não morreu com eles. Essa semana, foi lançado o Projeto Bruno e Dom, uma investigação colaborativa coordenada pela organização sem fins lucrativos Forbidden Stories, que envolve cerca de 50 jornalistas de 16 organizações de mídia. O consórcio internacional, um pool de veículos de 10 países, entre eles o portal Amazônia Real, retomou o fio da meada das histórias que Bruno e Dom contavam.

Abaixo, meu singelo tributo de colega de profissão de Dom Philips à dupla.

DOM & BRUNO

Dom e Bruno

Bruno e Dom

Barro branco

Barro bom

Som e bruma

Bruma e som

Rio e mata

Onça e cão

Na soleira da Justiça

Não tem visto ou raio-X

Forte é a régua da cobiça

Seja aqui ou Javari

Dom e Bruno

Bruno e Dom

Barro branco

Barro bom

Itaquaí tem tocaia

Pra Mayoruna, Kanamari

Tabatinga tem a raia

Pra matar homem, quati

Dom e Bruno

Bruno e Dom

Barro branco

Barro bom

Na última curva do Rio

A água virou sangria 

Covardia e sangue frio

Carniça sem simetria

Dom e Bruno

Bruno e Dom

Barro branco

Barro bom

Atalaia e Buckinham

Selvas e fogueiras

Recife e Bebington

Philips e Pereiras

Dom e Bruno

Puro dom

Dom Philips em uma de suas últimas imagens
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