O violonista Turíbio Santos durante entrevista à Chorografia do Maranhão, em 2013. Foto: Rivânio Almeida Santos. Divulgação
O violonista Turíbio Santos durante entrevista à Chorografia do Maranhão, em 2013. Foto: Rivânio Almeida Santos. Divulgação

O maranhense Turíbio Santos é um dos maiores nomes do violão no mundo em todos os tempos. Maranhense de São Luís, completou 80 anos no último dia 7 de março, tendo deixado a ilha natal aos três. Consagrado internacionalmente, conhecido por ser o maior divulgador da obra de Heitor Villa-Lobos (1887-1959), ele será homenageado pelo Música nas Cidades Históricas, que acontece em São Luís entre os próximos dias 20 e 23 de abril, em diversos espaços, com apresentações e palestras – veja programação completa no site do evento.

Em conversa exclusiva com FAROFAFÁ, Turíbio Santos comenta que, apesar de suas visitas à ilha terem rareado nos últimos tempos, “minha paixão por São Luís, com todas as memórias maravilhosas da Rua das Hortas, me leva sempre a essa cidade quando eu lavava a alma com os parentes já idosos que inclusive já se foram”, diz, dando a entender que a relação está para além da presença física.

A relação se dá pelo violão, “quando relembro meu pai e minhas irmãs nas lindas serestas de sempre”, continua, evocando suas memórias. Modesto, Turíbio Santos vê sua trajetória como “um sonho onde realizei uma grande viagem por muitos países levando o Brasil e o violão brasileiro com todos seus tesouros”.

Ele se apresenta dia 20 de abril, às 19h, no Teatro Arthur Azevedo (Rua do Sol, Centro), em concerto que contará com as participações especiais da pianista Maria Teresa Madeira e do violonista conterrâneo João Pedro Borges, o Sinhô.

“Meus amigos Maria Teresa Madeira e João Pedro Borges representam com os compositores a nossa maravilhosa música que são citadas nas suas perguntas”, me diz Turíbio quando cito as especialidades de cada um: a dele o citado Villa-Lobos, Maria Teresa Madeira gravou a obra completa do pianista Ernesto Nazareth (1863-1934) e João Pedro Borges teve recentemente relançados em formato digital os álbuns “A Obra Para Violão de Paulinho da Viola” (1985) e “João Pedro Borges Interpreta” (1983), em que se debruça sobre o repertório dos italianos Domenico Cimarosa (1749-1801) e Mauro Giuliani (1781-1829) e dos espanhois Fernando Sor (1778-1839), Gaspar Sanz (1640-1710), Isaac Albéniz (1860-1909) e Enrique Granados (1867-1916).

Pergunto-lhe sobre a agenda e ele responde com a habitual elegância: “Está tranquila e serena como pode ser de um idoso de 80 anos”. E continua: “Estou terminando minha carreira exatamente como comecei. Quando Dona Lilah Lisboa (1898-1979), [então] diretora do Teatro [Arthur Azevedo] me ouviu tocando numa festa caseira com todos os amigos da Rua das Hortas e me impôs um concerto no nosso Teatro com a presença do meu pai no Arthur Azevedo. O final definitivo virá de demais convites. Mas, agora o futuro dirá”.

O violonista comenta ainda o lugar da música instrumental em tempos de velocidade vertiginosa. “No mundo inteiro, nos últimos sete anos, muitas das estruturas para a música artística foram enfraquecidas devido a velocidade surpreendente da mídia”, reflete.

Além do concerto do dia 20, Turíbio Santos fará ainda uma palestra na programação do MUCIH: será dia 21 de abril (sexta-feira), às 10h30, no auditório da Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo (Iema/Emem, Rua da Estrela, 363, Praia Grande).

Toda a programação do evento é gratuita. Os ingressos são distribuídos duas horas antes de cada atividade.

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