Pai e filho, Helmut (Michael Hanemann) e Carl (Kauê Telloli) precipitam o conflito que norteia
Pai e filho, Helmut (Michael Hanemann) e Carl (Kauê Telloli) precipitam o conflito que norteia "Segundo Tempo"

Quarto filme ficcional do cineasta paulista Rubens Rewald, Segundo Tempo concentra-se num círculo familiar mínimo, constituído pelo alemão radicado brasileiro Helmut (o também alemão Michael Hanemann) e seus dois filhos jovens, Carl (Kauê Telloli) e Ana (Priscila Steinman). O conflito se precipita em cenas iniciais de grande ritmo, que acompanham a rotina displicente de Carl, sua negligência em relação à saúde do pai idoso e a consequente morte deste.

Enquanto Ana mergulha na depressão, Carl descobre, somente diante da morte, que não sabia nada sobre a história do pai. Menos evidentemente deprimido que a irmã, Carl se divide entre as peladas de futebol, a prostituição no centro de São Paulo para garantir a sobrevivência e o crescente interesse pelos fragmentos de lembranças deixados por Helmut e só acessados pelo filho tarde demais.

A agilidade e o ritmo decrescem no segundo tempo da história, quando Carl compele a irmã, a contragosto, a uma viagem aventureira pela Alemanha, em perseguição à memória perdida do velho pai e suas imbricações com o nazismo (as idades dos personagens não se ajustam à cronologia da história grande, mas isso não parece preocupar o diretor). As pontas do que foi perdido permanecem soltas ao final, assim como acontece nas famílias cujos integrantes não conseguem se comunicar e só descobrem isso diante da partida de alguém. O círculo vicioso não se desmonta, mas Segundo Tempo parece existir para avisar seu público que, antes do desespero e da urgência do segundo tempo, existe o primeiro, que sempre poderia não ser desperdiçado.

“Segundo Tempo”, de Rubens Rewald, estreia na quinta-feira 16
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