A cantora e compositora Nô Stopa. Foto: Helade Izabela. Divulgação
A cantora e compositora Nô Stopa. Foto: Helade Izabela. Divulgação

Zé Geraldo é um dos mais dylanescos artistas brasileiros. Sua filha Nô Stopa escolheu justamente “Como diria Dylan”, originalmente lançada por ele em 1980, para inaugurar seu novo projeto, que começou a mostrar sexta passada (9). A faixa que abre “Estradas” (CBS) dá início também a “Segue o movimento”, em que, a cada sexta-feira, até novembro, a cantora e compositora lançará um single/videoclipe gravado ao vivo, completando o álbum, com 11 faixas.

“Eu sempre tive em mente inaugurar o projeto com uma música do Zé. Achava pertinente abrir com uma canção que mostrasse de onde eu venho, já que é um projeto de retrospectiva de trajetória. Trazer à tona esse folk brasileiro, essa música que o Zé sempre tocou e sempre ouviu também, que acabou me influenciando tanto, é uma forma de me conectar às minhas raízes musicais e reverenciar minhas origens, dando continuidade e esse legado”, comenta a artista, com exclusividade ao Farofafá.

Nô Stopa (voz e violão) é acompanhada por Zeca Loureiro (violão e vocal), Mafê (violino e vocal), Denis Cruz (washboard, bateria e vocal) e Andrea Barbour (performance). Mais de 40 anos depois, a letra de “Como diria Dylan” continua atualíssima: “Não se deixe intimidar pela violência/ o poder da sua mente é toda sua fortaleza/ pouco importa esse aparato bélico universal/ toda força bruta representa nada mais do que um sintoma de fraqueza/ o importante é você crer nessa força incrível que existe dentro de você/ Meu amigo, meu compadre, meu irmão/ escreva sua história pelas suas próprias mãos”, diz um trecho.

“Pesquisando o vasto repertório do meu pai, “Como diria Dylan” sempre voltava na minha cabeça porque ela tem uma mensagem muito atual e muito bem-vinda pra esse momento político do Brasil. Num momento em que as lideranças estimulam o ódio e banalizam a violência como se fosse algo normal, a gente precisa se posicionar. Se a arte tem a missão de conscientizar, de problematizar, trazer a reflexão, acredito que cantar essa música que reverbera tão amorosa e positiva pode ser uma forma de fazer minha parte. Então assino embaixo das palavras do Zé e levo comigo essa canção pra estrada”, continua.

Sexta-feira que vem (16), é a vez de “Nada além de um sonho” (Chico Teixeira/ Antônia Teixeira), música que o filho de Renato Teixeira gravou em “O novo amanhece” (Kuarup, 2000), que marcou a estreia dela e Chico no mercado fonográfico.

“Eu quis trazer para o projeto, ao invés de pegar uma minha autoral, porque nesse disco [“O novo amanhece”] eu cantei duas músicas minhas, mas eu quis pegar essa música do Chico, que acho que dialogava mais com esse estilo que eu estou querendo trazer, com essa coisa mais folk. O Chico e a Antônia são bem filhotinhos de Bob Dylan e filhotinhos de Renato Teixeira [risos], então tem toda essa raiz, dando sequência, e o discurso dela tinha mais a ver comigo agora do que as minhas. Então eu achei bacana de homenagear também esses dois compositores contemporâneos meus”, finaliza, explicando a escolha.

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Assista ao videoclipe:

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