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Cena de "For Life", série em cartaz na Netflix e Globoplay - Foto: Divulgação

Nos últimos dias, a pesquisa “onde assistir 2ª temporada de For Life” teve um súbito crescimento no Google. É que, desde que a Netflix e a Globoplay incorporaram a seus catálogos de streamings a co-produção da Sony Pictures TV e da ABC Signature, a curiosidade por saber mais da história do prisioneiro que virou advogado, Aaron Wallace (Nicholas Pinnock), não para de aumentar. Acusado de tráfico de drogas, o ex-empresário Wallace encarna, como poucos, sentimentos de superação, determinação e resiliência. Inspirada em um personagem real, o advogado Isaac Wright Jr., a série propõe julgar os sistemas judiciário e penitenciário, que tanto nos Estados Unidos como no Brasil e em outras partes do mundo abrigam profissionais reconhecidamente racistas, corrompidos e injustos.

A primeira temporada, com 13 episódios, possui uma narrativa muito bem costurada, com os personagens revelando, a cada frase ou situação, complexidades que só fazem aguçar a curiosidade sobre o desfecho da trama. Wallace não é o ser perfeito. Ele erra e comete sucessivos erros com o objetivo de reparar o monumental erro que o fez parar atrás das grades. Pode-se utilizar a máxima de que os fins justificam os meios, mas o presidiário-advogado vai mais fundo nessa questão. Forjar provas, obter evidências por debaixo dos panos ou defender colegas de cárcere, mesmo aqueles que uma “justiça dos homens” jamais levaria adiante, podem ser sua única saída para acertar as contas contra um sistema viciado de cima para baixo.

Wallace era dono de uma casa noturna, onde a polícia faz uma blitz e encontra muitas drogas. Na vida real, Wright era um empresário musical e também foi acusado de chefiar uma quadrilha que traficava cocaína. Condenado à prisão perpétua, começou a estudar direito e se tornou um “paralegal”, termo utilizado para o assistente de um advogado diplomado. Ao ajudar os outros presos, ele conseguiu reverter condenações e reduzir penas, mas sua intenção sempre foi sair da prisão. No caso do personagem Wallace, ele quer voltar a ter sua vida de volta, alimentando a esperança de recuperar sua mulher, Marie (Joy Bryant), que se casou com um de seus amigos, Darius (Brandon J. Dirden), e poder acompanhar a filha do casal, Jasmine (Tyla Harris), que engravida com o pai já preso.

O advogado que sai da prisão para defender seus colegas de cela e também a si mesmo é enredo pronto para se tornar melodramático. For Life não incorre nesse deslize, justamente por ter como principal referência uma história real repleta de reviravoltas. Em vez de forjar situações mirabolantes, a realidade cria os altos e baixos necessários para que a história se mantenha viva em cada episódio. 

O produtor executivo de For Life é o rapper 50 Cent, e a primeira temporada estreou em setembro do ano passado na Paramount+ para o público brasileiro – nos Estados Unidos, foi em fevereiro. O sucesso entre o público norte-americano garantiu uma segunda temporada em junho, no auge dos protestos contra a morte de George Floyd, mas acabou sendo cancelada depois de dez episódios. Ainda é incerto se a história, ficcional, continuará. Wright hoje exerce a advocacia.

For Life. Na Netflix e na Globoplay. Primeira temporada em 13 episódios. Estados Unidos, 2020.
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