Direto no coração. Capa. Reprodução
Direto no coração. Capa. Reprodução

Em algum momento dessa “vida aventureira”, o Brasil perdeu um pouco da delicadeza, ao fazer escolhas muito difíceis segundo editoriais no mínimo desonestos da grande imprensa. É um pouco desta delicadeza perdida o que nos devolve o novo disco de Claudio Nucci, “Direto no coração”, que é mesmo um soco de beleza no fundo do peito, uma injeção de ânimo em meio a tanta notícia ruim.

Numa vereda calçada de pedras em meio a uma bonita paisagem, lá vem Claudio Nucci carregando seu case com o violão, sereno como o repertório do disco, que alia hits colecionados ao longo das quatro décadas de carreira que celebra e músicas inéditas.

Entre estas, “Caçada humana”, parceria com Aldir Blanc, o homem que virou lei, uma das mais de 300 mil vítimas do novo coronavírus no Brasil, uma das personalidades mais importantes da cultura brasileira em todos os tempos, um craque que jogava nas onze. O belo samba, lançado mês passado como primeiro single do disco, nada deixa a dever a parcerias mais conhecidas de Blanc com João Bosco, seu parceiro mais constante. Em tempo: o álbum, foi realizado com recursos da Lei de Emergência Cultural Aldir Blanc.

Entre aquelas, para citar poucas, “Quero quero” (Claudio Nucci/ Mauro Assumpção), regravada com a participação especial de Chico Chico, “A hora e a vez” (Zé Renato/ Claudio Nucci/ Ronaldo Bastos), com Dri Gonçalves, companheira de Nucci, “Toada (Na direção do dia)” (Zé Renato/ Claudio Nucci/ Juca Filho), em releitura com Paulinho Moska, “Sapato velho” (Mu Carvalho/ Claudio Nucci/ Paulinho Tapajós), com Pedro Luís, e “Acontecência” (Claudio Nucci/ Juca Filho), com Renato Braz.

A constelação de estrelas de primeira grandeza não se encerra nas vozes dos convidados. Entre os instrumentistas, Nucci (voz e violão) se acerca de nomes como Áurea Regina (gaitas em “Quero quero”), Jacques Morelembaum (violoncelo em “Vontade de viver”, parceria de Nucci com Luiz Fernando Gonçalves, e “Me dá a mão”, parceria com o poeta Cacaso), Carlos Malta (arranjo de sopros em “Acontecência). A banda base é formada por Bernardo Aguiar (ritmo), Eduardo Taufic (piano) e Rômulo Gomes (contrabaixo).

Em 13 faixas, “Direto no coração” é uma significativa panorâmica sobre a trajetória de Cláudio Nucci, uma coleção de delicadezas assobiáveis que fala exatamente o que entrega seu título.

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Ouça “Direto no coração” no Spotify:

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Cláudio Nucci esteve em São Luís em maio de 2019: apresentou o show “Liberdade e movimento”, com Zé Renato, no palco do Teatro Arthur Azevedo, produção de Tutuca Viana.
Amanhã (27) o artista é o entrevistado do Balaio Cultural, que apresento com Gisa Franco, na Rádio Timbira AM, das 13h às 15h.
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