Um (esquisito) tributo a Vinícius

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arcade fireArcade Fire é uma banda do Canadá cultuada pelo mundo indie. No dia 28 de outubro, lança o disco Reflektor, que tem em sua capa a imagem de uma escultura do mito grego Orfeu. Talvez nada disso tenha relevância para o público de FAROFAFÁ, composto de amantes da música brasileira. Mas há algo de novo, e simbólico, nesse lançamento. Como muitos outros artistas, a banda canadense liberou o disco na íntegra para ser “ouvido” no YouTube. E é aqui que a cultura brasileira entra com força total:

As músicas vão sendo reproduzidas sobre o filme Orfeu Negro, uma produção ítalo-franco-brasileira de 1959, dirigida por Marcel Camus. O roteiro foi adaptado a partir da peça teatral Orfeu da Conceição, de Vinicius de Moraes, cujos 100 anos de seu nascimento foram comemorados no dia 19 de outubro. A película se passa numa favela do Rio de Janeiro, e tem atores brasileiros. Confira a versão do filme original, também na íntegra:

A trilha sonora de 1959 tem ninguém menos que Vinícius, Tom Jobim, Luiz Bonfá, Antonio Maria e Agostinho dos Santos, que interpretou a música-tema de Orfeu, “Manhã de Carnaval”, também gravada, no mesmo ano, pelo então emergente João Gilberto. Em 1960, Orfeu Negro levou o Oscar de melhor filme estrangeiro, mas ele não entra na conta brasileira por ter sido assinado como produção francesa apenas.

Talvez pareça uma aberração sobrepor um álbum de indie rock às obras musicais de mitos da cultura brasileira. Mas, com boa vontade, pode-se ver que o Brasil tem muito mais relevância e reconhecimento do que muitos de nós costumamos imaginar.

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