Onde estavam o Homem-Aranha, o Batman, o Demolidor numa hora dessas? Na quarta-feira passada, três homens com revólveres invadiram um sobrado na Vila Alexandria e levaram 7 mil gibis raros. Esse Shazam nº 1 é um deles (eram 200 números UM). O dono do acervo é o Tom Zé, aposentado que compra TODOS os gibis que saem no mercado. TODOS. Tem mais de 200 mil. Ele detesta publicidade, detesta ser fotografado, detesta que falem de sua coleção. Mas a coleção é preciosa: muitos historiadores, escritores e jornalistas que escrevem livros sobre quadrinhos têm recorrido a ela como fonte de informação. Tom Zé está tiririca, e fala até em vetar qualquer acesso a sua coleção. Sabe que foi alguém bem informado que deu o serviço.
Perguntei a dois experts, Gonçalo Júnior e Celbi Pegoraro, o que achavam da coleção do Tom Zé.
Eis o que disseram:

Gonçalo Júnior:


“Eu acredito que seja o maior do país.

Você deve imaginar que não saíram tantos gibis no Brasil, a ponto de de passar de 40 mil ou 50 mil números (só Marvel não chega a cinco mil edições). Mas ele tem mais de 120 mil por causa dessa mania maluca de colecionadores: está na terceira coleção de cada revista, acredita? Claro que as raras ou ele não tem ou estão incompletas. Por exemplo, eu possuo aqui títulos que ele não tem dos anos de 1910 e 1920.
Sim, usei centenas de capas nº 1 do acervo dele no encarte do Gerra dos Gibis. Acho que paguei R$ 3 pela xerox colorida de cada uma”.
Celbi Pegoraro:
“Não conheço pessoalmente o Tom Zé e nem seu acervo, mas por conversas sei que é vasto e com muitos títulos importantes dos quadrinhos. Soube que teriam furtado parte do acervo dele, o que é lastimável. A parte mais valiosa do acervo seria supostamente (porque eu não vi) a coleção de quadrinhos da década de 1940.. O Gibi, Suplemento Juvenil… material difícil de se encontrar por aí”

PUBLICIDADE
AnteriorBiografias têm cor?
PróximoUm (esquisito) tributo a Vinícius
Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

DEIXE UMA REPOSTA

Por favor, deixe seu comentário
Por favor, entre seu nome