Eject Video & Locadora
Uma das duas últimas locadoras de São Paulo, a Eject Vídeo resiste bravamente na Vila Clementino

Na pacata rua Dr. Bacelar, na Vila Clementino, a Eject desafia os cânones tecnológicos da era da economia uberizada.

A loja Eject é uma das duas últimas videolocadoras de São Paulo (a outra é a Video Connection e está dentro do Edifício Copan).

A Eject vive fora do Centro há 29 anos, ofertando Bergman, Renoir, De Sica, Kurosawa e o fino do cinema mundial em video e DVD, especialmente DVD, na gigantesca Zona Sul da cidade. Em 29 anos, nunca parou de funcionar (só fecha nos dias 25 de dezembro, 1 de janeiro e aos domingos). Os clássicos parecem reluzentemente novos nas prateleiras sempre muito organizadas e limpas.

“90% dos filmes de arte que temos aqui não estão na internet. Ou, se estão, têm problemas, estão pela metade, com imagem comprometida, sem legendagem”, diz o vendedor.

Assim, a Eject virou uma espécie de culto para cinéfilos de todo o País. Seu dono, desde sempre, é o arquiteto Ricardo Luperi, que também mantém um canal no Youtube para comentar e dar dicas (com grande senso de humor) sobre filmes memoráveis (https://www.youtube.com/channel/UClsk1P3oJIPprlrbeTox8RA).

“No começo, a Eject era mais frequentada por pessoas do bairro. Hoje, a maior parte dos clientes vem de fora, de outras partes do País”. A maioria dos serviços de streaming existentes, Netflix ou Amazon, não se interessou pelos clássicos, e a videoteca da Eject acaba sendo um centro de referência importante, muitas vezes crucial, porque há um tipo de conhecimento em colapso.

“Há filmes para todos os gostos. E todos os desgostos também”, brinca o rapaz.

Ainda há fitas de VHS na Eject, mas essas não têm mais o mesmo apelo. Há liquidações de fitas de R$ 5 no balcão. As fitas VHS também não se tornaram relíquias como os discos de vinil e podem ser compradas em promoções. Quem ainda as procura o faz porque há muito título que não chegou a ser lançado em DVD, e certamente as distribuidoras, em franco abandono de alguns mercados, não têm mais intenção de lançar.

É bacana passear pelas prateleiras da Eject e ficar ouvindo as conversas do cliente com o pessoal do atendimento, sempre é uma aula de cinema e de visões sobre o cinema. O título do post homenageia o filme do Jack Black, que homenageia a história do cinema, que também homenageia a paixão pelo cinema, essa que é mais forte que a volúpia do mercado.

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