Bolsonaro nomeou na manhã desta terça-feira o católico ultraconservador Luiz Carlos Ramiro Júnior como novo presidente da Fundação Biblioteca Nacional. Cientista social pela UFRJ e advogado, Ramiro Júnior já era coordenador geral do Centro de Pesquisa e Editoração da Biblioteca Nacional, e chegou à instituição pelas mãos do ex-secretário Especial de Cultura, Roberto Alvim (demitido por emular o ideólogo de Hitler, Joseph Goebbels).
Ramiro Júnior é antivacinação, como todos seus colegas, e chegou a defender, em vídeo, que o vírus da Covid-19 era uma arma bioideológica. É fã de autores católicos, como Gustavo Corção, um ensaísta cristão morto na década de 1970, e atribui crises políticas, sociais e de segurança pública à falta de fé das populações – defende a restauração de Roma, entre outros temas. “Há uma espécie de alienação gritante no povo carioca, e inclusive por conta da cidade ser muito bonita, de ser agradável, de ser marcada por festas, danças e alegrias. É curioso, tudo desmoronando e as pessoas preocupadas primordialmente com anseios ideológicos alienígenas. É fundamental perceber a origem do problema, e como é necessária a readequação federativa do Rio. A intervenção federal abriu uma porta para esse debate, então, é preciso embarcar nessa discussão e avaliar as oportunidades que podem surgir”, disse, em simpósio em 2018.
O olavista Ramiro Júnior vai substituir Rafael Nogueira, que saiu da presidência da FBN para assumir cargo na Secretaria Especial de Cultura. Houve uma nomeação-relâmpago de um militar, o capitão de Mar e Guerra Carlos Fernando Corbage Rabello, mas foi anulada pelo governo por causa de disputas internas entre olavistas e militares, e parece que o olavismo venceu.