Começa hoje (16) em São Luís o Festival Plural Instrumental: seu idealizador, o gaitista Gabriel Grossi, ministra o workshop “Apreciação da música instrumental brasileira”, às 16h, com entrada franca (como toda a programação do festival – acesse aqui), na Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo (Emem, Rua da Estrela, 363, Praia Grande).
“Nesse workshop vou falar um pouco sobre a história da música instrumental brasileira, e nisso a gente está falando dos artistas presentes nesse festival. É um privilégio ter Maurício Einhorn, em seus 92 anos, em plena forma, maravilhoso. Amilton Godoy, lenda da música brasileira. Estamos falando de patrimônios da nossa música, que estão vivos, que vão estar presentes no evento. A gente realmente tem o privilégio de estar trazendo os pioneiros, os precursores disso aí, e também trazendo os seguidores, os que estão dando prosseguimento a isso. O workshop então, além de falar do nosso cenário, também aborda justamente o que vai acontecer no Festival Plural, que é onde a música brasileira começou e para onde que ela está indo. Nossa música plural instrumental”, afirmou Gabriel Grossi em conversa exclusiva com o FAROFAFÁ.
O Festival Plural Instrumental tem uma característica interessante: ele não simplesmente escala artistas para levarem ao palco um show já pronto, mas instiga encontros, com apresentações exclusivas para o evento. Indagado pela reportagem sobre sua motivação, Grossi revela: “A ideia do Festival Plural Instrumental foi trazer um pouco da essência da música instrumental brasileira em um só evento. Trazer um pouco da nossa diversidade, dos nossos sotaques distintos, e o festival tem como essência também a sucessão. Acho que para a música continuar viva, é preciso entender e reconhecer os consagrados artistas, que já fizeram tanto pelo nosso Brasil, pela história da música e também reconhecer os novos talentos que estão dando vida, dando frescor e trazendo mais informações para tudo isso que a gente já tem. Então, as junções no mesmo instrumento, de trazer um artista consagrado no instrumento junto, vamos dizer assim, a seu sucessor. Dá esta ideia muito importante da continuidade, para que a gente realmente enxergue o que está acontecendo no nosso cenário e que realmente a música brasileira instrumental de qualidade continue viva, continue se reinventando, se recriando. Eu não me lembro de outro festival que traga essa roupagem, essa abordagem única. Então essa é realmente a essência do nosso festival”.
Em São Luís, a programação terá os seguintes encontros: dia 17 (sábado), às 19h30 se apresentam os acordeonistas Bebê Kramer e Lívia Mattos, seguidos pelos gaitistas Gabriel Grossi e Maurício Einhorn, às 21h; no domingo (18) é a vez dos contrabaixistas Arismar do Espírito Santo e Vanessa Ferreira, a partir das 18h; e encerrando a programação do festival na ilha, às 19h30 sobem ao palco o pianista Amilton Godoy e o trompetista Sidmar Vieira. Os ingressos devem ser retirados na bilheteria do Teatro João do Vale uma hora antes de cada apresentação.
Lenda viva da música instrumental brasileira, o pianista Amilton Godoy, fundador do Zimbo Trio, também falou com exclusividade ao FAROFAFÁ e não poupou elogios ao colega de palco. “Sidmar Vieira representa muito bem essa nova geração de músicos talentosos brasileiros. Ele tem se destacado demais, sendo muito solicitado pelo seu som, pela sua sensibilidade ao tocar, pela sua musicalidade. E é muito importante para mim me aproximar de músicos como ele, porque são gerações completamente distantes, mas estamos muito próximos com a música. A gente teve um diálogo muito bonito, um encontro muito bonito, e eu acho que o resultado musical vai ser igualmente muito bom, declarou.
Ele também antecipou o cardápio que a dupla está preparando. “O repertório que escolhemos é bastante variado, com compositores todos consagrados. Nós vamos tocar Johnny Alf (1929-2010), João Donato (1934-2023), Roberto Menescal, Milton Nascimento, Maurício Einhorn, Djavan, Thad Jones (1923-1986), que é um trompetista maravilhoso americano, Mike Stern, excelente compositor de jazz americano. E eu vou me permitir também tocar duas ou três músicas, que ele disse que gostaria de tocar comigo, me referindo ao Sidmar. Com esta seleção, acho que conseguimos dar um painel bastante bonito, diversificado, com pulsações, com músicas com levadas diferentes, desde uma balada, até algo mais complexo”, revelou.
Os pares de artistas que se apresentam ao longo do Festival Plural Instrumental serão acompanhados por Eduardo Farias (piano e teclado) e Cassius Theperson (bateria).
Além de São Luís, onde acontece até domingo (18), no Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande), o festival percorrerá as cidades de Parauapebas/PA (no Centro Cultural Parauapebas, dias 30 e 31 de agosto), Rio de Janeiro/RJ (Dolores Club, 11 e 12 de setembro) e Belo Horizonte/MG (Centro Cultural Sesi Minas, 27 e 28 de setembro).