Segue abaixo um roteiro sobre as músicas inseridas na playlist “Waltel Branco, o Maestro Invisível”, para acompanhar a leitura do texto publicado em FAROFAFÁ a respeito do livro Waltel Branco – O Maestro Oculto, do jornalista Felippe Aníbal.

  1. Djalma Ferreira e Seus Titulares do Ritmo, “Bicharada” (Djalma Ferreira), 1958 – Waltel, no contrabaixo, é um dos Titulares do Ritmo, o conjunto fixo da boate Drink, berço carioca do sambalanço, empreendimento do pianista Djalma Ferreira. Os sons da bicharada são extraídos dos instrumentos dos Titulares.
  2. Djalma Ferreira e Seus Titulares do Ritmo, “Samba do Drink” (Djalma Ferreira-Isa Ferreira), 1958
  3. Djalma Ferreira e Seus Titulares do Ritmo, “Lamento” (Djalma Ferreira-Luiz Antônio), 1958 – Aqui, Miltinho é o crooner, e o autor da letra, Luiz Antônio, é pseudônimo de um tenente-coronel frequentador do Drink e co-autor de clássicos do pop da época como “Sassaricando”, “Lata d’Água” (“lata d’água na cabeça/ lá vai Maria”), “Zé Marmita” e “O Apito no Samba”.
  4. Djalma Ferreira e Seus Titulares do Ritmo, “Recado” (Djalma Ferreira-Luiz Antônio), 1959 – Novamente, quem canta é Miltinho.
  5. Quinteto de Dalton, “Patricia” (Perez Prado), 1959 – Waltel tocou guitarra no quinteto de Dalton Vogeler, com quem gravou dois discos. No repertório está “Patricia”, do cubano Perez Prado, com quem o violonista dizia ter tocado nessa mesma época, em Cuba.
  6. João Gilberto, “Chega de Saudade” (Tom Jobim-Vinicius de Moraes), 1958 – o arranjo que João e Waltel fizeram juntos não foi aproveitado, e Tom Jobim assinou o arranjo da canção que fundou a bossa nova e revelou a voz e o violão de João Gilberto.
  7. Baby Consuelo, “Ele Mexe Comigo” (Pepeu Gomes-Luiz Galvão-Baby Consuelo), 1978 – depois de orquestrar “Você Me Dá um Disco?” (1971), dos Novos Baianos, Waltel faz arranjos para o LP de estreia da futura Baby do Brasil.
  8. Marisa Gata Mansa, “A Noite do Meu Bem” (Dolores Duran), 1959 – Marisa lançaria o clássico de Dolores Duran, mas a autora morreu prematuramente e sua própria versão foi lançada primeiro, postumamente.
  9. Elizeth Cardoso, “Quem Sou Eu?” (Cyro Monteiro-Dias da Cruz), 1960 – “Eu sou o samba”, canta Elizeth, na série Sax Voz, dividida com o maestro Moacyr Silva, cujo conjunto Waltel integra tocando guitarra.
  10. Elizeth Cardoso, “Mulata Assanhada” (Ataulfo Alves) , 1960 – No mesmo Sax Voz, Elizeth canta em tempo de sambalanço um de seus maiores sucessos à época, de Ataulfo Alves.
  11. Elizeth Cardoso, “A Flor do Amor” (Waltel Branco-Joluz), 1961 – Entre os primeiros intérpretes do jovem compositor Waltel, estiveram Elizeth Cardoso e…
  12. Elis Regina, “Canção de Enganar Despedida” (Waltel Branco-Joluz), 1962 – …Elis Regina, no tempo em que a cantora adolescente gaúcha ainda imitava o estilo de Angela Maria e gravava baladões melosos e ingênuos como “Canção de Enganar Despedida”.
  13. Carminha Mascarenhas, “Ciúme, Teu Mal” (Waltel Branco-Joluz), 1961 – Carminha foi outra das intérpretes pioneiras do cancioneiro ingênuo de fossa do primeiro Waltel.
  14. Nelsinho, “A Flor do Amor” (Waltel Branco-Joluz), 1963 – Os instrumentistas também adotaram o repertório autoral do jovem Waltel, caso do trombonista carioca Nelsinho.
  15. Moacyr Silva, “Seresta de Gato” (Waltel Branco-Telmo Soares), 1962 – Integrando o conjunto de Moacyr, Waltel teve gravada pelo mestre sua “Seresta de Gato” (que, na versão cantada pelo co-autor Telmo Soares, tenta perseguir a sina bossanovista d’“O Pato” de João Gilberto).
  16. The Bossa Nova Modern Quartet, “Beduíno” (Waltel Branco), 1963 – Integrado por Luiz Marinho, Plínio Araújo, Jorginho (Ferreira) e José Cláudio das Neves, o breve Bossa Nova Modern Quartet modula o samba-jazz do Beco das Garrafas com duas composições de Waltel.
  17. The Bossa Nova Modern Quartet, “Brincando Gostei” (Waltel Branco-Orlandivo), 1963 – Parceria com Orlandivo, que no mesmo ano teve versão bem bossa nova cantada pela carioca Marisa Barroso, com a orquestra de Astor Silva.
  18. Rildo Hora, “Menino João” (Waltel Branco-Joluz), 1964 – Futuro produtor de discos de samba para Martinho da Vila, Beth Carvalho, Grupo Fundo de Quintal e Zeca Pagodinho, o gaitista pernambucano Rildo Hora interpreta a instrumental “Menino João”, de Waltel (seria João Gilberto o menino João?).
  19. Bossa Três, “Sambete Nº 4” (Ed Lincoln-Waltel Branco), 1965 – Luiz Carlos Vinhas, Octávio Bailly Jr. e Ronald Mesquita tocam mais um samba-jazz instrumental de Waltel Branco (e Ed Lincoln).
  20. Copa Combo, “Samba do Bituca” (Waltel Branco), 1969 – Integrado por Miguel Cidras (piano e órgão), Irio Nepomuceno de Paula (guitarra), Kuntz Naegele e Wagner Naegele (metais), entre outros, o Copa Combo inclui em seu combo instrumental “Samba do Bituca”, assinada por Waltel (seria Bituca o então ascendente Milton Nascimento?).
  21. Peggy Lee, “An Empty Glass” (Dick Manning-Waltel Branco-Luiz Bonfá), 1966 – No disco Guitars à la Lee, a cantora e atriz norte-americana gravou “An Empty Glass”, co-assinada pelos violonistas Waltel e Luiz Bonfá (em outras gravações da canção, só aparece o nome de Bonfá ao lado do letrista Dick Manning).
  22. Românticos de Cuba, “Detalhes/Além do Horizonte” (Roberto Carlos-Erasmo Carlos), 1979 – Trabalhando na gravadora Musidisc, de Nilo Sérgio, Waltel liderou a orquestra-fantasma Românticos de Cuba, que não tinha existência na vida real – em discos às dezenas e com integrantes diversos, tocava versões instrumentais de sucessos da parada, quase sempre sem identificação dos nomes de instrumentistas e maestros (exceção foi Sucessos de Roberto Carlos, de 1979, em cuja contracapa Nilo Sérgio, comemorando os 20 anos da gravadora, menciona Waltel como maestro).
  23. Trio Surdina, “Samba em Prelúdio” (Baden Powell-Vinicius de Moraes), 1963 – Nilo Sérgio tentou ressuscitar o pré-bossanovista Trio Surdina em 1963, surfando na moda do momento com um Trio Surdina em Bossa Nova, com Chiquinho do Acordeon, mas sem os outros dois integrantes originais (o violonista Garoto, morto em 1955, e o cantor e violinista Fafá Lemos) e com Waltel ocupando o lugar de Garoto. É onde aparece a primeira gravação do “Samba em Prelúdio” de Baden Powell, sem a célebre letra de Vinicius de Moraes.
  24. Os Saxsambistas Brasileiros, “Chega de Saudade” (Tom Jobim-Vinicius de Moraes), 1960 – Sambalançado e propício às pistas de gafieira, o arranjo não deve ser aquele que João Gilberto e Waltel abandonaram em 1958, mas é Waltel o guitarrista dos efêmeros Saxsambistas Brasileiros.
  25. Meirelles e Os Copa 5, “Samba de Verão” (Marcos Valle-Paulo Sérgio Valle), 1965 – O saxofonista J.T. Meirelles agrupou Os Copa 5 para tocar no Beco das Garrafas e gravar o antológico álbum de estreia de Jorge Ben (Jor), Samba Esquema Novo (1963), com Luiz Carlos Vinhas (piano), Dom Um Romão (bateria), Manoel Gusmão (baixo) e Pedro Paulo (trompete). Em segunda formação, trouxe Waltel para a guitarra elétrica e lançou o LP O Novo Som.
  26. Meirelles e Os Copa 5, “Samba do Carioca” (Carlos Lyra-Vinicius de Moraes)
  27. Bossa Brass, “Água de Beber” (Tom Jobim-Vinicius de Moraes), 1966 – no baixo, Waltel integra o Bossa Brass com Fats Elpídio, Geraldo Vespar e outros; não há créditos para os arranjos, mas o berimbau na introdução de “Água de Beber” será uma marca distintiva do futuro Waltel.
  28. Turma do Bom Balanço, “Bom Balanço” (Waltel Branco), 1965 – Mais um agrupamento de ocasião, a Turma do Bom Balanço tem arranjos e direção musical de Waltel e inclui, entre seus instrumentistas, Meirelles, Aurino, K-Ximbinho, Dom Salvador e Ed Maciel.
  29. Dom Um Romão, “África” (Waltel Branco), 1964 – Na contracapa de Dom Um, Waltel Branco aparece pela primeira vez designado como “maestro”, e é também autor de duas faixas, as afrocentradas “África” e “Dom Um Sete”.
  30. Dom Um Romão, “Dom Um Sete” (Waltel Branco), 1964
  31. Flora Purim, “Samba do Carioca” (Carlos Lyra-Vinicius de Moraes), 1964 – No LP de estreia de Flora Purim, Flora É M.P.M., os arranjos são divididos entre Luiz Eça, Paulo Moura, Cipó, Osmar Milito e Waltel – mas não há indicação de quem se responsabilizou por quais faixas.
  32. Stanley Wilson, “M Squad Theme” (Count Basie), 1959 – Compositor e arranjador de trilhas sonoras para o cinema e a TV, o norte-americano Stanley Wilson apontou caminhos para que Waltel Branco se especializasse nesse setor dentro da Rede Globo. A trilha da série policial M Squad (1957) foi um de muitos trabalhos de Stanley Wilson para a TV dos Estados Unidos.
  33. Henry Mancini, “The Pink Panther Theme” (Henry Mancini), 1964 – Outro mestre na arte das trilhas sonoras para Waltel, Henry Mancini assinou em Hollywood os inesquecíveis temas musicais da comédia A Pantera Cor de Rosa, de Blake Edwards.
  34. Waltel Branco, “The Pink Panther Theme” (Henry Mancini), 1965 – No Brasil, alastrou-se a lenda de que Waltel, que teria estudado com Mancini nos EUA, seria o verdadeiro autor do tema da Pantera Cor de Rosa. A confusão pode ter se iniciado pelo fato de que Waltel dirigiu, isso sim, a orquestra que gravou o LP Mancini Também É Samba, para o selo pernambucano Mocambo, com versões sambalançadas da obra de Mancini para o cinema e a TV. Evidentemente, ali a autoria do “Pink Panther Theme” é atribuída ao norte-americano.
  35. Waltel Branco, “Peter Gunn” (Henry Mancini), 1965 – No repertório de Mancini Também É Samba, aparecem, entre outros, temas da série Peter Gunn (1958) e do filme Bonequinha de Luxo (1961) – “Moon River” é interpretada no filme pela protagonista Audrey Hepburn.
  36. Waltel Branco, “Moon River” (Henry Mancini-Johnny Mandel), 1965 – A orquestra dirigida por Waltel em Mancini Também É Samba é um quem-é-quem dos instrumentistas da geração Beco das Garrafas: Dom Salvador (piano), Edson Maciel (trombone), Pedro Paulo (trompete), Meirelles, K-Ximbinho e Aurino (saxofones), Neco (guitarra), Pinduca (vibrafone), Victor Manga (bateria), Rubens Bassini (pandeiro) etc.
  37. Perez Prado, “Mambo Nº 5” (Damaso Perez Prado), 1949 – Em Cuba, ainda muito jovem e desconhecido, Waltel teria trabalhado com o estilizador cubano do mambo, Perez Prado, autor do célebre “Mambo Nº 5). A influência latino-americana seria sempre latente no trabalho de Waltel.
  38. Françoise Hardy, “À Quoi Ça Sert” (Françoise Hardy), 1968 – Integrado à era dos festivais na Rede Globo, no Festival Internacional da Canção (FIC), Waltel fez o arranjo da canção “À Quoi Ça Sert”, com a qual a jovem cantora e compositora francesa concorreu na fase internacional da edição de 1968.
  39. Maysa, “Nosso Caminho” (Fred Falcão-Arnoldo Medeiros), 1970 – A saga de Waltel Branco nas trilhas sonoras das novelas e programas da Globo começou com Irmãos Coragem, novela épica de Janete Clair, com intérpretes como Maysa, Tim Maia, Joyce e…
  40. Jair Rodrigues, “Irmãos Coragem” (Nonato Buzar-Paulinho Tapajós), 1970 – …Jair Rodrigues, intérprete do tema de abertura, gravado no mesmo tom estradeiro de “Disparada”, de Geraldo Vandré e Théo de Barros, co-vencedora do FIC de 1966.
  41. José Roberto Bertrami, “Mon Ami” (José Roberto Bertrami), 1970 – Para a novela Assim na Terra Como no Céu, da mesma Janete Clair, Waltel fez os arranjos do tema de abertura, composto e interpretado por José Roberto Bertrami, do trio alado Azymuth
  42. Orquestra CBD, “Tema da Zorra” (Waltel Branco), 1970 – …e de “Tema da Zorra”, do próprio Waltel, que no século seguinte se tornaria uma favorita de DJs de música eletrônica ao redor do mundo.
  43. Domenico + 2, “Tema da Zorra” (Waltel Branco), 2002 – No Brasil, o trio formado pelos cariocas Domenico Lancellotti, Moreno Veloso e Alexandre Kassin inaugurou o século 21 regravando e atualizando o “Tema da Zorra” de Waltel.
  44. Tim Maia, “Cristina” (Carlos Imperial-Tim Maia), 1970 – Waltel assinou os arranjos de cinco faixas do sensacional álbum de estreia do soulman Tim Maia.
  45. Tim Maia, “Flamengo” (Tim Maia), 1970
  46. Tim Maia, “Eu Amo Você” (Cassiano-Sílvio Rochael), 1970
  47. Tim Maia, “Risos” (Fábio-Paulo Imperial), 1970
  48. Tim Maia, “Azul da Cor do Mar” (Tim Maia), 1970 – Na biografia O Maestro Oculto, Felippe Aníbal afirma que Waltel se considerava co-autor desse clássico de Tim Maia – mas nunca reivindicou participação na composição.
  49. Os Diagonais, “Não Vou Chorar” (Cassiano), 1971 – Alçado pelo sucesso de suas canções “Eu Amo Você” e “Primavera (Vai Chuva)” no LP de Tim Maia, o soulman paraibano Cassiano deixou o trio que liderava, Os Diagonais, para a carreira solo. O grupo ainda lançou o disco de soul e funk com toques nordestinos Cada Um na Sua, com composições de Cassiano e arranjos de Waltel.
  50. Os Diagonais, “Adivinhe Meu Pensamento” (Sérgio Luiz-Cassiano), 1971
  51. Os Diagonais, “Novos Planos para o Verão” (Luis Vagner-Tom Gomes), 1971 – Co-autoria do ás gaúcho do samba-rock Luis Vagner, também coordenador artístico do LP.
  52. Toni Tornado, “Eu Disse Amém” (Getúlio Côrtes), 1971 – Para o paulista Toni Tornado, vencedor do FIC de 1970 e líder do levante black power do início da década de 1970 no Brasil, Waltel arranjou a balada “Eu Disse Amém”, composta pelo “negro gato” jovem-guardista Getúlio Côrtes, irmão de outro futuro ídolo black, o carioca Gerson King Combo, para quem Waltel também assinou arranjos, em 1970.
  53. Hyldon, “Estrada Errada” (Hyldon), 1976 – Guitarrista no disco de 1971 d’Os Diagonais, Hyldon despertou para o sucesso em clave de soul music à brasileira com o hino “Na Rua, na Chuva, na Fazenda (Casinha de Sapê)” (1974). Dois anos depois, Waltel foi o arranjador do segundo álbum de Hyldon, Deus, a Natureza e a Música
  54. Hyldon, “Estão Dizendo Por Aí” (Hyldon), 1977 – …e, a seguir, do terceiro álbum do cantor e compositor baiano, Nossa História de Amor.
  55. Miguel de Deus, “Cinco Anos” (Miguel de Deus), 1977 – Talento marginalizado da onda black, o baiano Miguel de Deus, ex-líder da banda tropicalista Os Brazões, foi precursor do hip-hop com a letra crua de “Cinco Anos”: “Fazem cinco anos/ que você saiu de casa/ eu não sei/ se você está morto” – Waltel Branco é o arranjador.
  56. Tony Bizarro, “Que Se Faz da Vida” (Tulla-Yara), 1977 – Mais um astro black brasileiro que não se consolidou, Tony Bizarro (ex-integrante da dupla soul Tony & Frankye) contou com Waltel em dois arranjos do primeiro álbum solo, Nesse Inverno.
  57. Tony Bizarro, “Como Está Não Faz Sentido” (Tony Bizarro), 1977
  58. Waltel Branco, “Meu Balanço” (Waltel Branco), 1975 – Fortalecido pelo prestígio adquirido pelo trabalho nas trilhas de novelas, o maestro voltou a gravar como artista solo em Meu Balanço, de temas instrumentais inclinados à sonoridade black power.
  59. Waltel Branco, “Luar do Sertão” (Catulo da Paixão Cearense), 1975 – Característica integrante do projeto da nova música negra brasileira desde que Tim Maia gravou “Coroné Antônio Bento” (1970), a versão black-soul-funk de Waltel para o patrimônio nordestino (e brasileiro) “Luar do Sertão” é um dos pontos altos de Meu Balanço.
  60. Jacks Wu, “Instantes” (Roberto Carlos-Erasmo Carlos), 1972 – Na fase de trilhas sonoras compostas especialmente para novelas, Roberto Carlos e Erasmo Carlos assinaram todos os temas da novela O Bofe, de Bráulio Pedroso. A gravadora da Globo, Som Livre, dava seus primeiros passos e não podia contar com fonogramas de artistas estabelecidos, todos contratados por outras gravadoras, e nesse embalo surgiram artistas que não tiveram longas carreiras, como Jacks Wu, nascido em Xangai, na China.
  61. Denise Emmer, “Companheiros” (Denise Emmer), 1986 – Outra estratégia adotada por Waltel foi colocar a adolescente Denise, filha dos novelistas Janete Clair e Dias Gomes, para cantar (muitas vezes em francês) nas novelas – o ponto de maior sucesso foi a ultra-romântica “Alouette” (1979), na trilha de Pai Herói (1979), de Janete. “Companheiros”, da novela Sinhá Moça, é da fase posterior ao domínio de Waltel – a maioria das trilhas das novelas orquestradas por Waltel Branco não está disponível nas plataformas digitais.
  62. Osmar Milito e Quarteto Forma, “Hey Shazam” (Antonio Carlos-Jocafi-Ildásio Tavares), 1972 – Os baianos Antonio Carlos & Jocafi compuseram as canções para a novela O Primeiro Amor, de Walther Negrão. Um dos temas mais célebres, “Hey, Shazam”, foi interpretado pelo quarteto de Osmar Milito, colega do arranjador Waltel nos tempos do Beco das Garrafas.
  63. Djalma Dias, “Toró de Lágrimas”, 1974 – O sambista não tradicional mineiro Djalma Dias foi outro dos vários artistas fomentados pela Globo e por Waltel nessa fase. “Toró de Lágrimas” fez parte da trilha da novela Supermanoela, também assinada por Antonio Carlos & Jocafi.
  64. Betinho, “Moço” (Roberto Carlos-Erasmo Carlos), 1972 – Também de O Bofe, “Moço” foi gravada pelo cantor global Betinho para a novela, mas também por Doris Monteiro, em versão samba-rock abrasadora.
  65. Betinho, “Supermanoela” (Antonio Carlos-Jocafi-H. Valente), 1974
  66. Osmar Milito e Quarteto Forma, “O Bofe” (Roberto Carlos-Erasmo Carlos) – O tratamento de Waltel para o tema principal de O Bofe sintetiza muito da sonoridade padrão Globo dos anos 1970, com muito suingue e intrincado arranjo vocal.
  67. Marcos Valle, “Os Ossos do Barão” (Marcos Valle-Paulo Sérgio Valle), 1973 – Marcos Valle e seu irmão Paulo Sérgio Valle criaram as trilhas de Selva de Pedra (1972), de Janete Clair, e Os Ossos do Barão, de Jorge Andrade, duas sínteses perfeitas da sonoridade da música pop brasileira no início dos anos 1970. Ambas estão indisponíveis nas plataformas de streaming musical.
  68. Orquestra Som Livre, “O Semideus” (Baden Powell-Paulo César Pinheiro), 1973 – O Semideus, de Janete Clair, ganhou trilha exclusiva de Baden Powell e Paulo César Pinheiro.
  69. Dorival Caymmi, “Retirantes” (Dorival Caymmi), 1976 – Para um romance inverossímil publicado em 1875 por Bernardo Guimarães a partir de uma mulher branca escravizada no sistema casa grande & senzala, adaptado para a TV por Gilberto Braga, Waltel Branco idealiza os “lerê lerê” que farão de “Retirantes” um clássico da música brasileira e um ponto de partida para a luta antirracista contemporânea no país.
  70. Os Tincoãs, “Banzo” (Heckel Tavares-Murillo Araújo), 1976 – Sob direção de Waltel, o trio baiano Os Tincoãs verte “Banzo”, tema afrocentrado gravado em 1955, para a sonoridade do candomblé e a linguagem do orgulho negro.
  71. Orquestra Som Livre, “Nanã” (Moacir Santos), 1976 – Afrossamba de orixá composto pelo maestro negro pernambucano Moacir Santos e cantado com letra do carioca Mario Telles pela capixaba Nara Leão em 1964, “Nanã” reaparece aqui na forma instrumental.
  72. Coral Som Livre, “Mãe Preta” (Piratini-Caco Velho), 1976 – Composto pelos gaúchos Caco Velho e Piratini, o tema de forte conotação racial atravessou o Oceano Atlântico em retorno e foi gravado como fado pela portuguesa Amália Rodrigues em 1954, mas com outra letra e sob o título “Barco Negro”. Waltel recupera os versos originais: “Enquanto na senzala Pai João apanhava/ mãe preta mais uma lágrima enxugava”.
  73. Amália Rodrigues, “Barco Negro (Mãe Preta)” (Caco Velho-Piratini-D.J. Ferreira), 1954 – Transposta para um microcosmo de loucura feminina, “Mãe Preta” vira “Barco Negro” – em 1975, Ney Matogrosso regravou nessa forma, em seu primeiro LP solo.
  74. Fernando Santos, “Agô Lonan” (tradicional-adaptação Fernando Santos), 1978 – A fase afrorreligiosa mais pronunciada de Waltel culminou, em 1978, em trabalhos musicais devotados ao candomblé e à umbanda, como o compacto duplo O Rei da Macumba, de J.B. de Carvalho e o disco de umbanda pop e lírica de Fernando Santos (no mesmo ano, Fernando lançou um segundo LP de umbanda, agora em ritmo de discothèque).
  75. Sosó da Bahia, “Ioiô do Pelourinho” (Osmar Nascimento-Wadu da Ribeira), 1978 – A essa linha pertence também o único LP lançado pela cantora Sosó da Bahia, com produção e arranjos de Waltel. 
  76. Vanusa, “Amigos Novos e Antigos” (João Bosco-Aldir Blanc), 1975 – Waltel participou da tentativa de Vanusa de ser admitida no panteão da MPB com essa grave composição de João Bosco e Aldir Blanc, gravada originalmente por Maria Alcina (em 1974), utilizada na trilha da novela Anjo Mau, de Cassiano Gabus Mendes.
  77. Sergio Mendes, “Horizonte Aberto” (Sergio Mendes-Guto Graça Mello-Paulo Sérgio Valle), 1979 – Com vocais de sua esposa Gracinha Leporace, Sergio Mendes preparou “Horizonte Aberto” para a abertura da novela Os Gigantes, de Lauro César Muniz.
  78. Rita Lee, “Eu e Meu Gato” (Rita Lee), 1978 – Para a abertura da novela O Pulo do Gato, de Bráulio Pedroso, Rita Lee compôs e gravou esse funk-rock, também incluído em Babilônia, seu último LP com o grupo Tutti Frutti. No disco de Rita, não há créditos para o arranjo de Waltel, mas para o biógrafo Felippe Aníbal há traços do groove de “Meu Balanço” (1975) em “Eu e Meu Gato”.
  79. Waltel Branco, “Satiricon” (Waltel Branco), 1975 – Entre os arranjos de Waltel para a Globo, contam-se não apenas as trilhas de novelas, mas também o primeiro tema de abertura do programa dominical Fantástico (indisponível nas plataformas), o do humorístico “Satiricon” (que ganhou versão autoral no LP Meu Balanço) ou a trilha sonora do infantil Vila Sésamo, entre muitos.
  80. Orquestra Som Livre, “Alegria da Vida” (Marcos Valle-Paulo Sérgio Valle-Nelson Motta) – Vila Sésamo, um dos primeiros trabalhos de atriz televisiva de Sonia Braga, traz a terceira trilha sonora composta especialmente pelos irmãos Valle para a Globo.
  81. Trio Soneca, “Querer É Poder” (Marcos Valle-Paulo Sérgio Valle), 1974 – Com a exceção do tema de abertura creditado à Orquestra Som Livre, as canções educativas, proativas e fofas de Vila Sésamo são creditadas ao Trio Soneca, que não está identificado no LP, mas deve incluir Marcos Valle (à época contratado da gravadora Odeon) e, possivelmente, o regente da orquestra Waltel.
  82. Trio Soneca, “Gugu” (Marcos Valle-Paulo Sérgio Valle), 1974
  83. Trio Soneca, “Funga Funga” (Marcos Valle-Paulo Sérgio Valle), 1974
  84. Angela Ro Ro, “Cuca” (Geraldo Casé-Waltel Branco-Sylvan Paezzo), 1982 – Nos anos 1980, Waltel Branco foi diretor musical do infantil Sítio do Picapau Amarelo (período infelizmente não registrado em disco), que se desdobrou no especial Pirlimpimpim. Ali, da lavra de Waltel, são as faixas “Cuca”, com Angela Ro Ro em estado de graça, e a ultra-romântica “Rapunzel”, interpretada por Lucinha Lins e Fábio Jr.
  85. Elza Soares, “Rainha de Roda” (Roberto Carlos-Erasmo Carlos), 1972 – Entre as façanhas de Waltel Branco na Globo, podem-se contar a descoberta do alagoano Djavan, um dos vários artistas testados nas trilhas de novelas (as trilhas de Os Ossos do Barão e Supermanoela, onde ele aparece, não estão disponíveis nas plataformas), e a conexão improvável que conseguiu estabelecer entre os pop-roqueiros-românticos Roberto e Erasmo Carlos, autores da trilha de O Bofe, e a sambalanço-jazz-sambista Elza Soares, intérprete de “Rainha de Roda”. 
  86. Alceu Valença, “Borboleta” (Alceu Valença), 1974 – Quando optou por produzir suas próprias músicas para a novela, a Globo abdicou, nos primeiros anos, do elenco de astros das multinacionais. Na necessidade de criar repertório, passou a bancar discos inteiros de novos artistas, e assim nasceu o primeiro disco solo do pernambucano Alceu Valença, Molhado de Suor, com arranjos de cordas assinados por Waltel.
  87. Alceu Valença, “Dia Branco” (Alceu Valença), 1974
  88. Alceu Valença, “Papagaio do Futuro” (Alceu Valença), 1974 – Em sua versão original, o rock-embolada “Papagaio do Futuro” concorreu no Festival Internacional da Canção de 1972, com acompanhamento do conjunto de Jackson do Pandeiro – e foi desclassificado. Na regravação para Molhado de Suor não há Jackson, mas há as cordas de Waltel.
  89. Pery Ribeiro, “Abre Alas” (Ivan Lins-Vitor Martins) – Filho de Dalva de Oliveira e Herivelto Martins e já veterano, Pery Ribeiro também foi contratado pela Som Livre e gravou Abre Alas – com faixa-título de Ivan Lins e arranjos de Waltel.
  90. Maria Creuza, “Tortura de Amor” (Waldick Soriano), 1977 – A música chamada pejorativamente de “cafona” nos anos 1970 jamais causou repulsa em Waltel Branco, até mesmo porque era uma das mais potentes fontes de lucros à época (e em qualquer época). Ele já tinha alguma experiência nesse departamento quando uma artista de MPB, a baiana Maria Creuza, gravou o bolerão “Tortura de Amor” (1962), de seu conterrâneo Waldick Soriano, numa roupagem mais sofisticada. O arranjo foi idealizado por Waltel.
  91. Maria Creuza, “Onde Anda Você” (Vinicius de Moraes-Hermano Silva), 1977 – Para o mesmo LP da cantora, Meia Noite, Waltel cuidou também de “Onde Anda Você”, mais próxima do estilo Antonio Carlos & Jocafi/Toquinho & Vinicius que Maria Creuza seguia à época.
  92. Carlinhos Vergueiro, “Prendas do Lar” (Carlinhos Vergueiro-J. Petrolino), 1978 – A letra do dramalhão rodriguiano “Prendas do Lar” parece ter sido feita sob medida para receber um arranjo de Waltel Branco: “Tirania/ ousadia/ ou foi a Janete Clair/ que fez a cabeça desta mulher?”.
  93. João Bosco, “Linha de Passe” (João Bosco-Paulo Emílio-Aldir Blanc), 1979 – Em Linha de Passe, o samba-MPB do mineiro João Bosco foi vestida pelas cordas de Waltel, em pelo menos três clássicos da música brasileira dos anos 1970.
  94. João Bosco, “Boca de Sapo” (João Bosco-Aldir Blanc), 1979
  95. João Bosco, “O Bêbado e a Equilibrista” (João Bosco-Aldir Blanc), 1979 – Waltel orquestrou a gravação original de “O Bêbado e a Equilibrista”, em tempo de sambão, ofuscada pela versão – bem mais dramática – que passou à história, por Elis Regina e Cesar Camargo Mariano.
  96. Claudia Telles, “Demais” (Antonio Carlos Jobim-Aloysio de Oliveira), 1979 – Filha da bossa-novista de primeira hora Sylvia Telles, Claudia trilhou outros caminhos e preferiu o pop romântico que na segunda metade dos 1970 galgava o sucesso pelos sintetizadores de Lincoln Olivetti e Robson Jorge. Em “Demais”, tentou reverenciar o estilo suave e o repertório da mãe, e Waltel foi o arranjador escolhido para fazê-lo. O maestro, a propósito, chegou a fazer arranjos para o jovem Robson Jorge, cujos sintetizadores acabariam por decretar o declínio dos maestros e orquestras na Globo.
  97. Jane Duboc e Oswaldo Montenegro, “Cachoeira” (Oswaldo Montenegro), 1980 – Envolvido com a tentativa da Globo de reavivar a história dos festivais da canção no início dos anos 1980, Waltel responsabilizou-se pelo arranjo desse dueto entre dois concorrentes do festival MPB-80. Saiu no LP Languidez, de Jane. Ela não foi classificada para as finais e Oswaldo sagrou-se vencedor, com a canção “Agonia”.
  98. Zé Ramalho, “Banquete de Signos” (Zé Ramalho), 1982 – Familiarizado com a musicalidade do paraibano Zé Ramalho desde que ele integrava a banda de Alceu Valença, entregou-se aos arranjos grandiloquentes de Força Verde. O álbum causou furor em registro negativo, porque os versos da faixa-título, retirados de um gibi do Incrível Hulk, eram na verdade do poeta irlandês William Butler Yeats (1865-1939).
  99. Djalma Dias, “Nada Sei de Preconceito” (Leci Brandão), 1974 – Waltel apostou em Djalma para as trilhas da Globo e foi o arranjador dos dois primeiros LPs do cantor mineiro, inclusive em “Nada Sei de Preconceito”, pertencente à linhagem das canções brandas de protesto racial, numa composição da então desconhecida Leci Brandão: “Meu amigo branco, muito mais que branco,/ meu recado vou lhe dar/ não existe nada neste mundo, meu amigo,/ que nos possa separar/ preconceito existe, eu não sei” (uma interrogação?, ou uma afirmação?). Djalma morreu em 2021, de covid.
  100. Agepê, “Moro Onde Não Mora Ninguém” (Agepê-Canário), 1975 – Classificado no rol pejorativo dos sambistas joia, o carioca Agepê vendeu milhões de discos de “Moro Onde Não Mora Ninguém” ao samba manhoso “Deixa Eu Te Amar” (1984). Waltel foi o arranjador da maioria dos álbuns de Agepê entre 1975 e 1981. 
  101. 100. Agepê, “Malungo” (Catoni-Joel Menezes), 1977 – A associação Agepê-Waltel não parava nos sambas românticos: ia além com os afrossambas de temática camufladamente racial, como “Malungo”, “Lenda Nagô” e “Kiriê”.
  102. 101. Agepê, “Lenda Nagô” (Joel Menezes-Noca da Portela), 1977
  103. 102. Agepê, “Kiriê” (Catoni-Norival Reis-Joel Menezes), 1981
  104. 103. Agepê, “Menina de Cabelos Longos’ (Agepê-Canário), 1977 – Romântico e classudo, o samba “Menina de Cabelos Longos” fez sucesso na novela Duas Vidas, de Janete Clair – e foi classificado como samba joia, lamê, cafona etc.
  105. 104. Odair José, “Assim Sou Eu” (Odair José-David Lima), 1972 – Sem preconceitos, Waltel abraçou a música do goiano Odair José e esteve na criação de uma de suas obras-primas, Assim Sou Eu…, com acompanhamento musical garboso do Azymuth e uma fileira de hits radiofônicos. 
  106. 105. Odair José, “Esta Noite Você Vai Ter Que Ser Minha” (J. Pereira Jr.-Pisca), 1972
  107. 106. Odair José, “Eu Queria Ser John Lennon” (Odair José-J. Pereira Jr.), 1972
  108. 107. Odair José, “Vida Que Não Para” (Odair José-Silva Santos), 1972
  109. 108. Odair José, “Cristo, Quem É Você?” (Odair José-Silva Santos), 1972 – Em confronto cara a cara com Jesus Cristo, Odair José atiçou a ira de setores da Igreja Católica – a faixa não aparece na impressão original do álbum Assim Sou Eu…
  110. 109. Marcus Pitter, “Eu Queria Ser Negro” (Marcus Pitter), 1973 – Cantor popular e loiro, o carioca Marcus Pitter fugiu do banal (e das normas) ao compor e cantar com vozeirão esse soul de arranjo black power com citação a “Land of 1,000 Dances” (1966), sucesso do soulman Wilson Pickett: “Queria ter a pele negra/ e ser assim como você, meu irmão”. Não há créditos de arranjador no LP de 1973, mas Waltel é creditado de todos os demais discos de Pitter entre 1970 e 1972.
  111. 110. Marcus Pitter, “Mamy Blue” (P.H. Trim-Hubert Giraud-versão Fernando Adour), 1972 – Hit do francês Hubert Giraud em 1970, “Mamy Blue” é exemplar do pop sedoso que atravessou a sonoridade de veludo da gravadora Motown, do maestro Burt Bacharach e de cantores-compositores como Elton John. É esse o trabalho que Waltel faz com as canções gravadas por Marcus Pitter (mais um artista que morreu de covid, em 2022).
  112. 111. Marcus Pitter, “Você Tem um Amigo (You’ve Got a Friend)” (Carole King-versão Marcus Pitter), 1972 – Outro exemplo característico é essa versão para “You’ve Got a Friend” (1971), de Carole King, celebrizada na voz pop-country de James Taylor.
  113. 112. Marcus Pitter, “Preciso Esquecer” (Cusimano-DiMaggio-versão Kátia Maria), 1972
  114. 113. Marcus Pitter, “A Ponte Rio-Niterói” (Marcus Pitter), 1970
  115. 114. Evaldo Braga, “A Cruz Que Carrego” (Isaías Souza), 1971 – Dramática e desesperada, a voz do “cafona” fluminense Evaldo Braga emoldura uma história de abandono (cuja mitologia Evaldo vai reforçar ao gravar “Eu Não Sou Lixo”, alimentando a lenda de que ele teria sido um bebê abandonado numa lata de lixo), vestida com grandiloquência pela orquestra de Waltel Branco. O componente racial fica implícito no título dos dois LPs que ele deixou, O Ídolo Negro (Waltel trabalhou também num terceiro volume, lançado após a morte de Evaldo num acidente automobilístico em 1973, aos 26 anos).
  116. 115. Evaldo Braga, “Sorria, Sorria” (Carmen Lúcia-Evaldo Braga), 1972 – Como um antídoto contra a tristeza pandêmica de Evaldo, “Sorria, Sorria” se tornou seu maior e mais longevo hit popular.
  117. 116. Evaldo Braga, “Eu Não Sou Lixo” (Pantera-Carmen Lúcia-Evaldo Braga), 1972
  118. 117. Waldir Ramos, “Emprego de Boite” (Waldir Ramos-Cleide Dalto), 1979 – O título O Mito Negro desnuda a tentativa de revelar num novo ídolo negro aos moldes de Evaldo Braga, novamente com Waltel Branco nos bastidores. A lera de “Emprego de Noite” é loquaz: “É muito triste, meu amor/ mas eu acho graça/ pra que tanto preconceito/ se o seu emprego é de boate?”. 
  119. 118. Elino Julião, “O Homem Invisível” (Cecéu), 1980 – “Eu queria ser um copo d’água pra você me beber”, diz a letra irreverente da paraibana Cecéu, gravada pelo forrozeiro potiguar quando, querendo converter-se ao estilo “brega”, trouxe Waltel para fazer os arranjos.
  120. 119. Jerry Adriani, “No Auge do Rock’n’Roll” (Jerry Adriani), 1977 – Rara visita do arranjador Waltel ao rock nacional originário da jovem guarda, uma nostalgia composta pelo paulistano Jerry Adriani.
  121. 120. Cazuza, “Faz Parte do Meu Show” (Renato Ladeira-Cazuza), 1988 – Raríssima incursão de Waltel no rock nacional dos anos 1980, foi fisgado por Cazuza quando já atirado ao ostracismo pela Globo, para modificar o rock “Faz Parte do Meu Show” (1986), gravado originalmente pelo grupo Herva Doce. Waltel transformou a canção em uma moderna bossa nova.
  122. 121. Roberta Miranda, “Tinha Que Acontecer (Cigana)” (Peninha), 1993 – Provavelmente a única visita do maestro ao universo sertanejo, quando poucos lembravam sua existência. Apesar do desterro, Waltel Branco na última fase continuou a gravar discos apoiados num violão apaixonado pela erudição (são belíssimas suas releituras da “Bachiana Nº 5” de Heitor Villa-Lobos, em 1976 e 1980. Com exceção de Mancini Também É Samba e Meu Balanço, nenhum álbum de Waltel está em catálogo nas plataformas digitais, e por isso esta playlist termina sem incluir gravações de ouro do pós-Globo, como “Kabiesí Brasil”, “Maha Mantra para Christian” e “Ninho de Cobra”, todas do CD Kabiesí (1994). 

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