O Palácio dos Leões, no Centro histórico de São Luís, será homenageado em concerto que une música e arquitetura. Divulgação
O Palácio dos Leões, no Centro histórico de São Luís, será homenageado em concerto que une música e arquitetura. Divulgação

Música e arquitetura são dois campos do conhecimento humano que cruzam ciência e arte. O diálogo entre eles é a proposta do Festival Interativo de Música e Arquitetura (Fima), que chega à São Luís do Maranhão nesta quarta-feira (12).

São diversas ações – entre as quais podcast, websérie e registro dos concertos –, com especial destaque para o misto de concerto e aula espetáculo que será apresentado às 18h, no auditório da Escola de Música do Estado do Maranhão Lilah Lisboa de Araújo (Iema/Emem, Rua da Estrela, 363, Praia Grande), no Centro Histórico de São Luís, com entrada gratuita e classificação indicativa livre.

A cada cidade por onde passa, o Fima homenageia uma construção-monumento. A segunda edição do evento itinerante tem como tema, este ano, Palácios do Brasil. Antes de São Luís, o Fima já visitou os palácios do Catete/Museu da República e Petit Trianon (Rio de Janeiro/RJ), Museu Imperial (Teresópolis/RJ) e Lauro Sodré (Belém/PA).

Em São Luís, a escolha foi pelo Palácio dos Leões – o concerto só não acontecerá lá mesmo por conta da interdição do acesso à Praça Pedro II, onde se localiza a sede do poder executivo estadual, em razão da queda de uma mureta, decorrente das fortes chuvas que têm caído sobre a capital maranhense. A rampa em frente à residência oficial do governador do Maranhão está isolada para a realização das obras de reconstrução, em andamento.

O violonista Fábio Zanon. Foto: Heloísa Bortz. Divulgação
O violonista Fábio Zanon. Foto: Heloísa Bortz. Divulgação
A arquiteta e urbanista Noemia Barradas. Foto: divulgação
A arquiteta e urbanista Noemia Barradas. Foto: divulgação

O concerto (ou aula-espetáculo) em homenagem ao Palácio dos Leões será apresentado pelo violonista paulista Fábio Zanon e pela arquiteta e urbanista carioca Noemia Barradas, duas das maiores autoridades brasileiras quando os assuntos são violão e preservação do patrimônio histórico.

“O Festival Interativo de Música e Arquitetura tem como objetivo proporcionar uma experiência multissensorial. Todo prédio histórico, todo patrimônio material que a gente visita, a gente procura analisar as características arquitetônicas, a arte decorativa e o estilo arquitetônico desse edifício, bem como a sua história, para buscar obras, repertórios, músicas que dialoguem com essa história, com essa arte decorativa e com esses elementos arquitetônicos. O que a gente busca é criar uma experiência onde o público presente, de certa forma, consiga ouvir aquela arquitetura e ver aquela música, criar essa experiência, fazer com que as pessoas que estão assistindo esse festival possam ter uma experiência afetiva, uma construção de uma vivência dentro desse espaço multissensorial. O repertório é pensado dessa forma: que música pode dialogar com as características estilísticas, a história e a arquitetura de cada espaço”, explica o diretor artístico do Fima Pablo Castellar.

O repertório do concerto e a história arquitetônica do Palácio dos Leões se cruzam nas peças selecionadas, de compositores como Heitor Villa-Lobos (1887-1959), Robert Ballard II (c.1575-c.1650), Jean-Baptiste Besard (1567-1625), Joachin Bernhardt Hagen (1720-1787), Mário Amaral (?-c.1925), Alberto Baltar (s.d.), Francisco Mignone (1897-1986) e Turíbio Santos.

Uma das peças de Turíbio Santos que consta no repertório do concerto é a “Valsa de Arthur Azevedo”, parte da “Suíte Teatro do Maranhão”, composta por ele em 1993 para as festividades de reinauguração da casa de espetáculos que leva o nome do dramaturgo maranhense, onde o violonista conterrâneo afinal estreou, em 1962 – semana que vem Turíbio Santos volta a se apresentar por lá, como FAROFAFÁ antecipou, ocasião em que será homenageado, na programação do Música nas Cidades Históricas.

O que pouca gente sabe é que o Palácio dos Leões é também um museu, aberto a visitação pública e gratuita. É a construção do século XVII que abriga, por exemplo, a coleção Arthur Azevedo (1855-1908), composta por milhares de obras de arte, entre gravuras, álbuns e livros de gravuras, desenhos e pinturas. Em suma, uma homenagem dentro da homenagem.

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Veja o teaser:

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