A diretoria colegiada da Ancine decidiu nesta sexta, 8, julgando um recurso administrativo dos produtores, manter em pauta o trâmite do projeto O Presidente improvável, documentário sobre a vida do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso, de 90 anos. A decisão, unânime, representa um recuo da Ancine em relação ao veto ao filme, estabelecido ao projeto em julho, e reforma aquilo que tinha sido decidido no dia 5 de agosto: a manutenção da negativa. Ao ser reposto em pauta, persiste a chance de que haja autorização da agência para que o filme capte recursos incentivados pelo Estado brasileiro.

“A Diretoria Colegiada decidiu por unanimidade pela manutenção do processo em pauta devido à necessidade de aprofundamento da discussão sobre a matéria”, diz a decisão de hoje.

O anterior parecer contrário ao financiamento ao filme partiu de dois diretores substitutos, Mauro Gonçalves de Souza e Edilásio Barra, o pastor Tutuca (que já foi afastado da agência). Parte da atual diretoria (composta por Vinicius Clay, Tiago Mafra Santos e o mesmo Mauro Gonçalves de Souza) chegou a votar contra o veto em agosto, mas prevaleceu a decisão ad referendum, com o voto de “minerva” do presidente substituto da agência, Mauro Gonçalves de Souza.

A reposição do filme na pauta da agência mostra que o diretor nomeado da Ancine, Alex Braga Muniz, que só assume no dia 20 de outubro, pode já ter feito valer sua vontade no colegiado – ele foi sabatinado pelo Senado Federal e aprovado por deputados do PSDB, que é o partido de FHC, portanto não deve soar bem o ato de censura ao filme do mais graduado político daquele partido. Ademais, não faz sentido vetar por conteúdo político o filme da Giros Filmes sobre FHC e aprovar financiamento a um filme de propaganda bolsonarista como a recente produção de Josias Teófilo – que foi inclusive patrocinada por empresários ligados à máquina de produção de fake news do governo.

 

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