Com o afeto das canções. Capa. Reprodução
Com o afeto das canções. Capa. Reprodução

Num país cujo governo tem facilitado posse e porte de armas (de fogo), cada um luta com as armas que tem. O compositor Joãozinho Ribeiro aposta no afeto das canções e, em companhia de Rose Teixeira, sua companheira, e escoltado dos casais Cesar Teixeira e Irinete Chaves, que os anfitriona na Quitandinha Bibi Silva (o nome do reduto homenageia o compositor, pai de Cesar Teixeira), novo espaço afetivo-etilírico-gastronômico na Praia Grande (que este repórter ainda não conhece por motivos de: pandemia), e Josias Sobrinho e Lenita Pinheiro, pedem a pedra: “Com o afeto das canções”, interpretada por Rita Benneditto e Zeca Baleiro.

A Praia Grande se transforma num imenso salão de reggae a céu aberto, com diversos casais em sua diversidade quebrando uma pedra de responsa como só os maranhenses sabem dançar. Às imagens captadas pela diretora Thais Lima juntam-se imagens de celular, que captam os intérpretes, cujas participações foram gravadas direto do Rio de Janeiro e São Paulo.

“Nesta era dos discursos de ódio e de manifestações de violência e intolerância de todos os gêneros, nunca se fizeram tão necessários os afagos e afetos, para aumentar a baixa humanidade do planeta! Que os amores maiores prevaleçam!”, afirma Joãozinho Ribeiro – citando outro single de sua autoria, lançado por Rita Benneditto no dia dos namorados do ano passado, portanto, já durante a vigência da pandemia – em espécie de manifesto lido pela atriz Gisele Vasconcelos antes do início do videoclipe propriamente dito.

“Com o afeto das canções” marca o reencontro de Joãozinho Ribeiro, Rita Benneditto e Zeca Baleiro, cujas carreiras se encontram desde antes do sucesso nacional dos dois últimos – ambos seguiram para o eixo Rio-SP e lançaram discos de estreia em 1997, enquanto o primeiro seguiu em São Luís, equilibrando-se entre o funcionalismo público (de que se aposentou), a gestão cultural (foi secretário municipal e estadual de cultura e chegou a servidor do Ministério da Cultura quando este existia, durante a gestão de Gilberto Gil) e a carreira artística, a que passou a se dedicar de forma integral após a aposentadoria.

O clima descontraído do videoclipe, as vibrações positivas do reggae – executado pelas mãos talentosas de Zé Américo Bastos (arranjo, piano, clavinet e órgão), Israel Dantas (guitarra), Moisés Mota (bateria), Fernando Fofão (contrabaixo) e Carlos Pial (percussão) – e a ensolarada direção de fotografia (Mateus Rizoka) são uma rajada de esperança, com beleza e sutileza, diante do atual estado de coisas que estamos todos atravessando, cada qual a seu modo.

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Veja o videoclipe:

 

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