Cena de The Boys, da Amazon Prime Vídeo
Cena de The Boys, da Amazon Prime Vídeo - Foto Divulgação

Tirem as crianças da sala, porque a série The Boys subverte tudo o que a indústria cultural construiu há décadas sobre os super-heróis. Nesta produção da Amazon Prime Video, eles são autoritários, fascistas, violentos, depravados, desonestos, racistas, misóginos e a lista continua. E é justamente para um mundo que se afunda nessas perversidades que The Boys se torna tão relevante.

Série com camadas de sátira e humor negro, com tributos a filmes de terror trash, The Boys gira em torno de sete super-heróis que são propriedade da corporação Vought. É ela quem gerencia a carreira deles, dando mais valor a projetar uma boa imagem do que realmente fazer o bem. Na aparência, retratam o que a América (de Donald Trump) almeja: fazer prevalecer a supremacia branca que abomina as minorias, revestindo-se de um discurso messiânico, moralista e mesquinho. 

Na essência, os sete só pensam em cultuar a sua própria celebridade, sendo liderados por um inescrupuloso Capitão Pátria (Homelander, em inglês, vivido pelo ator Anthony Starr). The Boys é inspirada na HQ homônima de Garth Ennis e Darick Robertson, uma crítica contundente à narrativa imposta depois do 11 de Setembro. Não por acaso ironiza o supertime de heróis da Liga da Justiça.

Mas o que seria de um mundo em que até os super-heróis se tornaram mitos fascistas e desprovidos de qualquer humanidade, ainda que admirados por uma legião bovina frequentadora de cultos religiosos alienantes? A resposta em The Boys está em um grupo de mercenários, foras-da-lei e perdedores. Hughie (Jack Quaid), Billy Butcher (Karl Urban), Mother’s Milk (Laz Alonso) e Frenchie (Tomer Capon) se unem para desmascarar a farsa. Eles sabem que nessa guerra não há espaço para o politicamente correto. 

The Boys. Na Amazon Prime Video, 1ª e 2ªs temporadas.

 

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