Primeira individual marca nova fase da Bienal de São Paulo

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Ximena Garrido-Lecca
Instalação "Botanical Insurgencies" (2017), de Ximena Garrido-Lecca. Foto: SAPS Mexico City

Pela primeira vez, a Bienal de São Paulo realiza mostras prévias antes da grande exposição, em setembro. Neste sábado, a partir das 11 horas, haverá a performance de Neo Muyanga com o coletivo Legítima Defesa e a artista Bianca Turner, paralelo à abertura da individual da artista peruana Ximena Garrido-Lecca.

O foco principal das obras de Ximena são o neocolonialismo e como esse padrão impactou a cultura ao longo da história do Peru. A artista apresenta fotografias, vídeos e instalações sobre peças do artesanato, e realiza estudos de técnicas ancestrais de cerâmica e a tecelagem. Ela também cria “obras que podem nos ajudar a enxergar as relações existentes entre a invenção da eletricidade, a extração do cobre, a demarcação da terra, a depredação do solo e a disseminação de povos”, explica Carla Zaccagnini, curadora-convidada.

Performance do artista sul-africano Neo Muyanga
Performance do artista sul-africano Neo Muyanga

Neste sábado, às 11 horas, haverá uma performance inédita do artista sul-africano Neo Muyanga, que será apoiado por um coro de 40 vozes entoadas a partir dos três andares do prédio da Bienal, no Ibirapuera. Será executada a canção Amazing Grace, composta em 1772, e é invocada como um símbolo da luta negra na África e nos Estados Unidos.

Até 5 de setembro, data de abertura da “grande” Bienal, haverá outras duas individuais: da artista brasileira Clara Ianni (de 25 de abril a 8 de junho) e da fotógrafa norte-americana Deana Lawson (25 de julho a 23 de agosto). Clara mostra o impacto da globalização sobre o tempo, a história e o espaço, enquanto Deana se apropria de imagens que ela encontra e mixa com as suas propondo um debate sobre as questões étnico-raciais da atualidade. As obras das três artistas voltam a se apresentar na exposição coletiva.

A Fundação Bienal, além das individuais deste ano, decidiu também abrir o horizonte expográfico, ao se juntar a 25 instituições, museus, institutos e oficinas culturais, unidades do Sesc, sobretudo, ao longo deste ano. Serão exposições paralelas, a partir de agosto, com nomes como Antonio Dias (Instituto de Arte Contemporânea), Jota Mombaça (Centro Cultural São Paulo), Carolina Maria de Jesus (IMS Paulista), Regina Silveira (MAC-USP), Lasar Segall (Museu Lasar Segall), entre outros.

O título da 34ª Bienal será “Faz Escuro Mas Eu Canto”, um verso do poeta amazonense (Thiago de Mello). O curador-geral é Jacopo Crivelli Visconti, com o apoio de Paulo Miyada (adjunto), Carla Zaccagnini, Francesco Stocchi e Ruth Estévez (convidados).

34ª Bienal de São Paulo – Faz Escuro Mas Eu Canto. No Pavilhão da Bienal, grátis.
Exposições individuais:
Ximena Garrido-Lecca – 8 de fevereiro a 15 de março
Clara Ianni – 25 de abril a 8 de junho
Deana Lawson – de 25 de julho a 23 de agosto
Exposição coletiva: de 5 de setembro a 6 de dezembro

 

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