e até os erros do meu português ruim…

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E assistimos ao show (falarei mais sobre isso em situação e lugar mais apropriados), e então houve o surreal “karaokê do Rei”, no mesmo teatro, er, “grego” que abrigara antes o espetáculo principal.

Por duas horas senhorinhas e senhorzinhos de sotaques vários desafinaram ao microfone, acompanhados pela banda de RC e animados pelo eterno Miéle. Ao meu lado, dona Zilka S. suava frio e torcia fervorosamente para não ser chamada, enquanto decorava num trêmulo caderninho de notas a letra de “Despedida” (“já está chegando a hora de ir… venho aqui me despedir e dizer…”). Não foi chamada.

O terceiro lugar foi conquistado pela jovem senhorinha Elke M., talvez nordestina, quem sabe mineira ou capixaba. No segundo lugar ficou um angolano, Luiz Inácio da S., que cantou “Detalhes” sem conseguir terminar a letra, tão emocionado estava.

A propósito, não houve frase mais repetida nesses dias que “são muitas emoções…” e suas variáveis. Você senta ao lado de dona Hebe C., e ela imediatamente olha pra você, abre o maior sorriso da eurásia, suspira fundo e manda: “Aaaaah… É muita emoção, né?…”.

Voltando ao karaokê. Em primeiro lugar ficou Erasmo C., um jovem senhor de cabelos levemente grisalhos e feições orientais, segundo Miéle misto (quente) de japonês, alemão, italiano, austríaco etc. Cantou uma versão realmente abrasiva, verdadeiramente segura, de “Canzone per Te”, uma das mais lindas canções jamais interpretada por RC.

Ah, só pra não dizer que não falei de canções: nesta madrugada, quando saí zanzando insone pelo convés, tocava pomposa nos alto-falantes a clássica “O Show Já Terminou”, outra das mais belas criações musicais do cara. “O show já terminou… vamos voltar à realidade…” (uma vez Miriam Batucada fez uma lindíssima versão dessa, você já viu?”. Agora há pouco, no café da manhá, RC deu um refresco. O que tocava nas caixinhas de som era “Romaria”, com Elis R.

E, lógico, ele, Robert C., veio em pessoa fazer as premiações. Pois você acredita que depois de tudo o mestre-de-cerimônias ainda deu cancha e interpretou, pela enésima quinta vez, “Emoções” e “Como É Grande o Meu Amor por Você”, para delírio dos embarcados?).

Então. RC, em mais uma aparição, distribuiu medalhas, abraços fartos e beijocas à morena senhorinha panamericana, ao negro africano de belíssimo português, ao japonês italiano de trovejante vozeirão. Eu não digo sempre que Roberto Carlos é o mais brasileiro de todos os brasileiros?, seja no céu, no mar, na terra ou num navio italiano de Las Vegas que respira “Canzone per Te”? É, ele é.

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