O camaronês Bonaventure Soh Bejeng Ndikung, de 47 anos, foi anunciado nesta manhã de terça-feira, 2, como o novo Curador Geral da próxima Bienal de São Paulo, a 36ª edição da mostra, programada para o segundo semestre de 2025. Bonaventure, que foi um dos curadores da Documenta 14, em 2017, na Alemanha (a maior prestigiosa exposição de artes do mundo, em Kassel), é desde 2023 diretor e curador geral da Haus der Kulturen der Welt (HKW) de Berlim, foi diretor fundador do SAVVY Contemporary – The Laboratory of Form-Ideas, também na capital alemã, e é professor doutor na weißensee academy of art berlin. Também é autor de livros, como The Delusions of Care (Archive Books, 2020).

Com Bonaventure, a nova presidente da Fundação Bienal, Andrea Pereira (a segunda mulher no cargo em 61 anos da instituição) retorna a concentrar as visões da mostra em um curador geral, já que a 35ª Bienal, no ano passado, organizou-se a partir das decisões de um coletivo curatorial composto por Diane Lima, Grada Kilomba, Hélio Menezes e Manuel Borja-Villel. De reputação consistente, Bonaventure trabalhou em mostras diversas pelo mundo, como Bamako Encounters (2019), Dak’Art (2018) e outras.

“Nascido em 1977 em Yaoundé, Camarões, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung é uma figura proeminente na cena da arte contemporânea global. Sua trajetória única e interdisciplinar combina construção institucional como prática, práxis curatoriais com ênfase na performatividade, artes sonoras, instalativas e visuais, teoria crítica e discurso com formação acadêmica em biotecnologia médica e biofísica”, informou a Bienal.

“Dizer que estou feliz por ser nomeado curador geral da Bienal de São Paulo seria pouco. Estou emocionado, honrado e grato por embarcar nessa jornada com um time de cocuradores e com a brilhante equipe da Bienal de São Paulo liderada pela presidente Andrea Pinheiro. A Bienal de São Paulo não é apenas uma das bienais mais antigas e importantes do mundo, mas, como uma das poucas bienais de entrada gratuita, ela provou ser uma bienal do povo e para o povo nos últimos 73 anos. Com suas exposições inovadoras, programas públicos e pedagógicos, a Bienal de São Paulo conseguiu levar a arte para diversas comunidades e grupos demográficos. Apesar dos desafios enfrentados pelas bienais ao redor do mundo, elas ainda servem como importantes barômetros que medem as pressões sociopolíticas globais. A Bienal de São Paulo me parece um sismógrafo que não apenas registra os diferentes tremores que o mundo está experimentando socioeconômica, geopolítica e ambientalmente, mas esses registros também nos oferecem possibilidades de moldar um futuro mais justo e humanitário para todos os seres animados e inanimados deste planeta. Estou ansioso não apenas para continuar minha pesquisa de longo prazo em Abya Yala como um todo e no Brasil em particular, mas também para conectar minhas práticas atuais como diretor artístico, pedagogo e curador em diferentes geografias”, afirmou Ndikung.

Para Andrea Pinheiro, presidente da Fundação Bienal de São Paulo, “em seu trabalho curatorial, Bonaventure Soh Bejeng Ndikung atua como uma força motriz que desafia fronteiras e contribui para moldar o futuro da arte contemporânea global. Tenho certeza de que a 36ª Bienal de São Paulo continuará desempenhando seu papel provocador e atento às questões atuais, dando prosseguimento aos desenvolvimentos trazidos por nossas edições mais recentes”.

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