Um banho de axé para Oxalá

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Pai Anderson de Obatalá, Egbomi Cici de Oxalá e Iara Rennó em “Deixa Lá (Um Defeito de Cor)”. Still. Reprodução
Pai Anderson de Obatalá, Egbomi Cici de Oxalá e Iara Rennó em “Deixa Lá (Um Defeito de Cor)”. Still. Reprodução

A cantora e compositora Iara Rennó lançou, em maio passado, seu oitavo álbum solo: o inspirado “Orí Okàn”, completamente devotado aos orixás e às religiões de matriz africana. O título significa cabeça-coração em ioruba e os arranjos valorizam a composição, aproximando o registro da forma como as faixas foram concebidas.

Álbum irmão de “Oríki”, lançado ano passado, “Orí Okàn” tem participações especiais de Karina Buhr, Moreno Veloso, Zé Manoel e do trio Negresco Sis, formado por Anelis Assumpção, Céu e Thalma de Freitas. Entre os instrumentistas, passeiam por suas faixas nomes como Aline Falcão, Aline Gonçalves, Gabi Guedes e Maria Beraldo.

Iara Rennó disponibilizou hoje, em seu canal no youtube, o videoclipe de “Deixa Lá (Um Defeito de Cor)”, gravado no Quintal de Yayá, com as presenças de Vó Cici, a Egbomi Cici de Oxalá (parceira de Iara em “Orí Okàn Cici”, faixa que encerra o álbum, explicando seu título), Marlene da Costa e Pai Anderson de Obatalá.

Dirigido por Leonil Kofo, o videoclipe tem fotografia inspirada no cinema oriental, principalmente o japonês – a direção de fotografia é de Marcelo Abreu –, ressaltando que a beleza está, quase sempre, nas coisas simples. Ninguém é ator ou atriz em “Deixa Lá (Um Defeito de Cor)”: são filhos de santo em fragmentos de rituais cerimoniais do candomblé – o próprio clipe, um –, também em homenagem ao orixá Obatalá, cuja inspiração é evocada na cor branca, usada no cenário e figurinos.

“Carrego a herança do branco de sexta a sexta/ trago comigo esse santo/ cobrindo-me a cabeça/ como uma benção, um manto/ onde quer que eu vá”, canta Iara Rennó na letra de sua autoria, sujo subtítulo alude ao romance homônimo de Ana Maria Gonçalves.

A homenagem de Iara Rennó a Oxalá, o guerreiro da paz, é oportuna, num momento em que templos de religiões de matriz africana são vil, covarde e violentamente atacados em nome da intolerância religiosa.

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Assista “Deixa Lá (Um Defeito de Cor)”:

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E ouça “Orí Okàn”:

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