Lounge do festival Coala, no Memorial da América Latina

Para que retorne progressivamente aos cinemas, aos teatros, às casas de espetáculos, aos festivais de música ao ar livre, o público brasileiro acredita que o distanciamento entre as pessoas reunidas ainda é a medida mais efetiva de proteção. Essa é a resposta de 58% dos entrevistados na pesquisa Hábitos culturais pós pandemia e reabertura das atividades culturais, do Datafolha e do Itaú Cultural, realizada com 1.521 pessoas entre os dias 5 e 14 de setembro, e que acaba de ser divulgada.

Há um otimismo em relação ao retorno: 66% dos entrevistados têm intenção de realizar pelo menos uma atividade cultural em breve (52% disseram ter realizado atividades do tipo antes da pandemia), com inclinação para frequentar salas de cinema (58%). Mas 56% das pessoas não gostariam de participar de eventos em locais fechados, enquanto 84% admitem participar se for em lugares abertos. Outro dado importante: 17% só se sentirão seguros para voltar a frequentar o circuito cultural após a adoção da vacina contra Covid-19.

As atividades das quais os brasileiros mais sentiram falta no período de isolamento social  foram ir ao cinema (30%), shows musicais (24%), bibliotecas (7%), atividades infantis (5%) e circo e centros culturais (4%). Apenas 3% sentiram falta de ir a museus, teatro e dança. O mais chocante da pesquisa é o total de pessoas que não sentiram falta de nenhuma atividade cultural: 16% (possivelmente, não se dão conta de que séries da Netflix, novelas e filmes e programas de TV são atividades culturais que movimentam cadeias imensas de produtores, atores, apresentadores, cenógrafos, etc…).

91% das pessoas acreditam que a limpeza e a higienização permanentes e rigorosas são as medidas mais efetivas para se garantir um retorno com segurança. 20% dos entrevistados sentem falta de interação entre as pessoas, e 8%, com amigos.

A pesquisa pode auxiliar os empresários e artistas do setor a compreenderem as ansiedades e expectativas do público em sua gradual reinserção na rotina cultural do brasileiro.

Muitos locais já estão anunciando a cautelosa retomada. É o caso do Bourbon Street Music Club, tradicional club de jazz em Moema, em São Paulo, que reabre para convidados neste sábado, 10. Com um novo layout do salão (a galeria de fotos que antes existia atrás do bar, na entrada da casa, deu lugar ao Jazz Café, um ambiente claro e arejado por quatro grandes janelas abertas para a Rua dos Chanés), a casa faz o seu teste com essa soft opening. “A casa abrirá às 17h e pedimos que os convidados cheguem com certa antecedência para não causarem aglomeração, pois existem os procedimentos de cuidados específicos para que todos estejam em segurança sanitária”, informa o local.

A abertura oficial será no dia 15 de outubro, com show do guitarrista Nuno Mindelis em homenagem ao padrinho da casa, o inesquecível bluesman B.B.King (1925-2015), que completaria 95 anos em 2020. King foi o inaugurador do club de jazz paulistano.

 

 

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3 COMENTÁRIOS

  1. Só não liberaram para as casas de shows da Zona sul, porque na periferia e áreas mais distantes, o forró, funk, pagode e sertanejo tá comendo livre e solto! Enquanto isso diversas casas estão fechando as portas de vez!

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