Bloco Volta Belchior
Bloco Volta Belchior, de Belo Horizonte, luta para realizar seu quarto ano de desfile em Minas
Um dos blocos de Carnaval que mais crescem na folia de Belo Horizonte, o Volta Belchior está fazendo uma “vaquinha” para conseguir realizar seu desfile deste ano. O problema do bloco Volta Belchior se repete na maioria dos blocos do carnaval mineiro, um dos que mais cresciam no País (só o Volta Belchior arrastou 70 mil foliões em 2019): a debandada das cervejas artesanais como patrocinadoras.
Tudo teve origem em janeiro, depois da morte de um homem em Belo Horizonte após a ingestão da cerveja Novorizontina, fabricada pela cervejaria artesanal Backer. Logo em seguida, outras 17 pessoas apresentaram sintomas de intoxicação. Laudos da polícia indicaram que a ingestão da cerveja causou intoxicação exógena por monoetilenoglicol e dietilenoglicol, o que resultou na chamada síndrome nefroneural, fatal em alguns casos. Lotes da cerveja foram recolhidos de supermercados e lojas e iniciou-se um debate sobre qual tinha sido a origem da tragédia, se negligência ou uma ação criminosa.
Em decorrência do caso, caíram em cerca de 50% as vendas das cervejarias artesanais, que eram grandes incentivadoras do Carnaval de rua. O Bloco Volta Belchior, que agita o Carnaval mineiro desde 2017, teve em 2018 o patrocínio da cerveja Évora e em 2019 da cerveja Albanos. Em 2020, as cervejarias se recolheram e o impacto pode ser grande.
Mas, seguindo o lema mais difundido da música de Belchior no momento, “ano passado eu morri mas esse ano eu não morro”, o Volta Belchior lançou uma campanha de financiamento coletivo para seu desfile deste ano e que está em progresso nesse momento.  A “vaquinha” online é a única saída para evitar o cancelamento do desfile que, segundo um dos fundadores do bloco, o jornalista Kérison Lopes, tem expectativa de 100 mil foliões este ano (deixando a Rua Mármore, em Santa Tereza, para desfilar pela Avenida dos Andradas, em BH).
O Volta Belchior foi contemplado pelo edital da Belotur, a empresa municipal de promoção de turismo de Belo Horizonte, mas a quantia é insuficiente para todos os gastos envolvidos no desfile: “Conseguimos 12 mil da Belotur, mas com esse valor não é possível termos um trio elétrico com som de qualidade. Além do trio, ainda temos que custear a cenografia do cortejo, a corda, os brigadistas, a nossa banda e a bateria”.
Faltam ao bloco R$ 17 mil, quantia que se esperar arrecadar daqui até o 26 de fevereiro, quando se encerra a vaquinha, hospedada na plataforma Evoé (https://evoe.cc/desfileblocovoltabelchior). Até agora, foram arrecadados cerca de R$ 5 mil.
Até lá, cada folião do bloco pode participar com diferentes quantias, ganhando variados brindes. A contribuição de R$ 35 dá direito a uma caneca colorida mais adesivo e quem participar com R$ 55 vai ganhar uma sacola com estampa. Já as quantias de R$ 75 e R$ 100 dão direito, respectivamente, a uma camiseta de malha e a uma camiseta e caneca. Todos os brindes, sensacionais para quem é fã do mais famoso bigode da MPB, serão entregues ainda em fevereiro.
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