Estreia nessa segunda-feira, 27, no Canal Curta!, às 21h30, o documentário Uma Garota Chamada Marina, de Candé Salles. Trata-se de um filme produzido ao longo de dez anos sobre a trajetória de uma das mais importantes cantoras brasileiras, Marina Lima, que festejou 40 anos de carreira no ano passado com o 21º disco na trajetória, Novas Famílias.

Segundo a divulgação do canal Curta!, o filme é composto por imagens de arquivos audiovisuais, cenas inéditas do acervo privado da artista, registro de ensaios, gravações e shows, entrevistas com convidados, foi gravado entre São Paulo, Rio, Berlim e Porto Alegre e tem 71 minutos de duração. O diretor, Candé, foi namorado da artista. A narrativa é conduzida pela própria Marina.

Nos anos 1980, Marina imprimiu ao hit parade nacional uma noção autoral de poética e de métrica sonora totalmente nova, quase estranha, forjada a partir da parceria com o filósofo e poeta Antonio Cícero, irmão de Marina e atualmente membro da Academia Brasileira de Letras. Escorada num erotismo suave e emponderado, na defesa irrestrita do individualismo (“Você me abre seus braços e a gente faz um País”) e do questionamento das regras das relações (“Me diz por onde você me prende/por onde foge/E o que pretende de mim), Marina abriu um atalho para certa liberação de costumes e de sensibilidade que ecoa fundo nos dias de hoje. Sem contar com o refinamento da noção de música pop, que ela ajudou a polir com sua voz bluesy, enfumaçada.

Questões relativas à saúde pessoal causaram um afastamento em período recente, mas a presença de Marina voltou à baila no ano passado com o álbum Novas Famílias, muito politizado, combativo em relação à onda conservadora. A produção do disco é assinada por Marina e Dustan Gallas, integrante da banda Cidadão Instigado, e há parcerias com novos compositores e intérpretes, como Leticia Novaes (Letrux) e Silva.

O roteiro do show do disco, um cuidado sempre rigoroso de sua carreira, foi assinado por Monique Gardenberg e Marina, e a banda era composta por Dustan Gallas (baixo e teclado), Arthur Kunz (bateria e programações) e o irrequieto paraense Leo Chermont (guitarra).

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