João Parahyba
O percussionista João Parahyba, que integrou o lendário Trio Mocotó e comemora 50 anos de carreira

Comemorando ainda seus 50 anos de carreira, um dos mais longevos e importantes percussionistas da música brasileira faz show nesta sexta, 22, às 22 horas, no JazzB, em São Paulo. Trata-se de João Parahyba, que integrou o mítico Trio Mocotó a partir dos anos 1960. Parahyba (ele não é paraibano, o nome faz referência à fábrica de cobertores Parahyba, da família, em São José dos Campos) tocou com músicos da natureza de Dizzy Gillespie e Michel Legrand, além de Jorge Ben Jor, Chico Buarque, Martinho da Vila, Paulinho da Viola, Sivuca, Ivan Lins, Dori Caymmi e outros. João Parahyba se apresenta com os convidados Marcelo Mariano e Marcos Romera.

João Carlos Fagundes Gomes, o João Parahyba, esteve na plataforma de propulsão de uma das grandes revoluções musicais do País, o samba jazz (ou samba joia, como costumava ser chamado), ao lado do Trio Mocotó. Formado nos anos 60, o trio se tornou famoso acompanhando Jorge Ben Jor (que na época era só Jorge Ben) em Charles Anjo 45, no 4.º Festival Internacional da Canção, em 1969.

“Principalmente, me sinto bem feliz em ver que um conjunto que era considerado como apenas um grupo de música ligeira seja agora considerado no exterior pelo seu devido valor, que é o de levar a simplicidade e alegria da MPB”, afirmou há alguns anos o percussionista.  “Os músicos da primeira geração do samba jazz tocavam e improvisavam com um grau de intensidade sonora que pouco tinha a ver com a leveza das sofisticadas canções de Jobim, Newton Mendonça e Vinicius de Moraes”, escreveu o crítico Carlos Calado, acrescentando que foram mais influenciados pelo cool jazz de Gerry Mulligan e Shorty Rogers e o bebop de Charlie Parker e o hard bop de Art Blakey.

Sabe a música Comanche, de Ben Jor? Bom, Comanche costumava ser o apelido do Parahyba. “Eu era cabeludo, sempre amei usar bandana na cabeça, e com a calça psicodélica e a bota navajo que ganhei de um amigo que tinha ido a Tucson, Arizona, ficou mesmo parecendo um comanche”. Quando o guitarrista mexicano Carlos Santana veio ao Brasil, saiu perguntando atrás de um certo percussionista chamado Comanche, que viu em um vídeo e com quem queria tocar (o encontro só não se efetivou porque a produção do show marcou touca).

Parahyba sempre se manteve em movimento nesses 50 anos, sem se acomodar num gênero. Suas andanças o levaram a desembocar na eletrônica, trabalhando nos anos 1990 com o produtor Suba no clássico disco São Paulo Confessions.

SERVIÇO

João Parahyba.

JazzB. Rua General Jardim, 43 — República, São Paulo/SP
Ingressos: R$35
Horário: 22h
Telefone: (11) 3257-4290
http://jazzb.net/home
@jazzbclub
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