Manissadjian, Rizkallah, Kurkdjian, Markossian, Burbulhan, Pamboukian, Kahvegian, Kumrian e Dichtchekenian. Os sobrenomes armênios, cantantes e líricos, integraram-se de forma progressiva à vida da capital paulista desde o início do século passado, deixando sua marca em todos os aspectos culturais, da gastronomia à arquitetura.
Para registrar a memória do grupo de imigrantes que se estabeleceu aqui com suas famílias, e de sua luta, a historiadora Sonia Maria de Freitas escreveu Presença Armênia em São Paulo: imigração, negócios, identidade, religião e interação social, seu 11º livro.
Além de colher depoimentos dos descendentes dos primeiros imigrantes armênios, que chegaram ao país entre 1915 e 1923 fugindo de um genocídio (que matou mais de 1,5 milhão de pessoas), a autora mergulhou em arquivos familiares e públicos para escrever o trabalho. Examina tradições, costumes, idioma, expressões culturais e circunstâncias geográficas daquele êxodo, que gestou locais simbólicos como o bairro Presidente Altino, em Osasco, foco da instalação da comunidade e de onde se espraiou sua experiência na fabricação de calçados.
O livro será lançado neste dia 2 de novembro, das 15 às 19h00, o Clube Armênio (Rua Professor Ascendino Reis, 1450, Vila Clementino, em São Paulo). A autora é doutora em História Social pela USP e foi pesquisadora e curadora do MIS e do Museu da Imigração. Dedica-se ao tema dos imigrantes há um quarto de século.