Ao lado, Abbey Lincoln retratada pelo amigo Luiz Paulo Lima durante sua vinda a São Paulo, para o Free Jazz Festival, em 1994.
Jon Pareles, uma vez, escreveu o seguinte, no NYT:

“Nos anos 40, o grasnado inculto de Billie Holiday lembrava a sua platéia o ‘demi monde’ de onde surgira o jazz.
Nos anos 50, o virtuosismo de Sarah Vaughan era sinal de que o jazz tornara-se uma das ‘belas artes’.
Os rasgos estridentes na performance de uma Abbey Lincoln marcaram o jazz dos anos 60 politicamente ambíguo, sua estrutura passando por grandes convulsões.
O contralto melancólico e inexpressivo de Diana Krall, de uma rouquidão sutil, aliado ao seu swing elaboradíssimo e de bom gosto, talvez seja o jazz do ano 2000.”

Concordo com Pareles até os anos 1960.
Depois disso, eu diria que Cassandra Wilson é muito mais anos 1990, anos 2000.
Diana Krall é patricinha demais, calculada demais, limpinha demais. No me gusta.
Eu também discutiria aqui onde colocar as gigantes Dinah Washington e Betty Carter.

Abbey Lincoln, que representou o jazz ativista dos anos 60/70, ao lado de Charlie Haden, Carla Bley e outros utópicos, morreu no sábado. Foi casada com o grande baterista Max Roach durante 8 anos. Adorava aquele tipo de cartola dela, mas não fui propriamente um fã.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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