Duke Ellington em ação e Chet Baker reflexivo, em fotos de William Claxton

Art Pepper subindo uma ladeira em 1956. Marlon Brando debaixo de um letreiro onde se lê Sheriff. A hippie sexy Ali McGraw de camiseta e cabelinho lambido, em 1971. Frank Sinatra emergindo de dentro de uma caixa de instrumento, em 1954. Dennis Hopper no meio das roseiras, em 1955. Billie Holiday com a cara atormentada, em Hollywood, em 1957.

As fotos que ele fez de Chet Baker empunhando seu trompete ou tocando o piano com o cabelo revolto estão entre os maiores clássicos do fotojornalismo.

Morreu hoje aos 80 anos em Los Angeles um dos maiores fotógrafos do jazz, William Claxton. Um dos gigantes, ao lado de Herman Leonard (que eu conheci em 1998, aos 75 anos, quando ele veio para o Free Jazz).

Claxton foi um mestre em clicar músicos e celebridades, dos quais tentava enxergar “o drama de suas vidas”. As fotos que ele fez de Steve McQueen também são fascinantes, porque revelam além de tudo a obsessão pela máquina e pela velocidade.

Poucos fotógrafos souberam ver “por trás da fama” com tanta acuidade quanto William Claxton. Na década de 50, ele estabeleceu o cânone do que viria a ser a foto clássica de jazzistas – era um apaixonado pelo gênero. Para Claxton, a fotografia era “jazz para os olhos”, e foi assim que ele a tratou.

O baixista Ray Brown dizia que Herman Leonard era o Charlie Parker dos fotógrafos de jazz. Bom, talvez fosse justo dizer que Claxton então seria assim um Clifford Brown da fotografia jazzística.
Nascido em Pasadena, Califórnia, em 1927, o fotógrafo dizia que o jazz e a fotografia eram parecidos “por sua espontaneidade e improvisação”.

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Jotabê Medeiros, paraibano de Sumé, é repórter de jornalismo cultural desde 1986 e escritor, autor de Belchior - Apenas um Rapaz Latino-Americano (Todavia, 2017), Raul Seixas - Não diga que a canção está perdida (Todavia, 2019) e Roberto Carlos - Por isso essa voz tamanha (Todavia, 2021)

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