O que aproxima o homem que reinventou a guitarra elétrica na Bahia, Armandinho, e o filho do homem que espalhou afro-suavidades do violão pelo mundo, Marcel Powell (filho de Baden Powell)? Aparentemente, nada, mas o lendário Baden Powell sentiu a lapada do bandolim de Armandinho e compôs um chorinho para ele, Um Abraço no Trio Elétrico (que ficou inédito até 2010, quando Marcel gravou a canção em seu disco Corda com Bala).
Reunidos, Armandinho e Marcel farão agora um show que alarga essa ponte entre o som de Baden e a malemolência da guitarra baiana. Será neste dia 22, terça-feira, no Bourbon Street, às 21h30. Além da canção elétrica de Baden, Marcel Powell e Armandinho Macedo prometem tocar canções como “Berimbau”, “Consolação”, “Canto de Ossanha”, “Noites Cariocas” e “Assanhado”, entre outras.
Marcel já tocava havia algum tempo, em concertos, ao lado do pai quando este morreu, em 2000. É mais que herdeiro, é seguidor e discípulo. Toca o violão desde os 9 anos. Gravou 2 discos com o velho e o irmão pianista Philippe: Baden Powell e filhos (1994), ao vivo na sala Guiomar Novaes no Rio de Janeiro, e Suíte Afro Consolação (1997), feito no Japão.
Armandinho Macedo, filho de Osmar Macedo (o inventor do Trio Elétrico junto com Dodô), começou cedo também, aos 10 anos. Reinventou seu instrumento e já tocou com gente como Caetano Veloso, Gal Costa, Beth Carvalho, Gilberto Gil, Stanley Jordan, Stanley Clarke, Paulo Moura, Rafael Rabelo, Altamiro Carrilho, Hermeto Pascoal, Egberto Gismonti, Wagner Tiso, Artur Moreira Lima, Yamandu Costa e Dominguinhos, entre outros.
O concerto em tributo a Baden insere-se no projeto Jazz.Br, do Bourbon Street, que já acionou a música de Hermeto, Naná Vasconcelos, Raul de Souza, André Mehmari, Cesar Camargo Mariano, entre outros.