De pra lá da Praia Grande: Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe juntos em Mostra Quatro 70

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Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe, os quatro setentões - foto: Vinícius Sodré/ divulgação
Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe, os quatro setentões - foto: Vinícius Sodré/ divulgação

A foto viralizou. E acabou virando cartaz. Da esquerda para a direita, Joãozinho Ribeiro, Chico Saldanha, Josias Sobrinho e Sérgio Habibe caminham por sobre os paralelepípedos do calçamento da Praia Grande qual os Beatles atravessam a faixa de pedestres em Abbey Road, na capa do álbum homônimo, gravado no estúdio idem.

É a Mostra Quatro 70, cujo nome alude ao fato de o quarteto de compositores ser todo formado por senhores setentões, quase todos já com mais de meio século de dedicação à música, ainda que em paralelo a outros ofícios.

Todos residentes na capital São Luís, todos versáteis, no trânsito por diversos gêneros musicais com que constituíram obras ímpares, cantadas a plenos pulmões por admiradores e versados no assunto e todos gravados por grandes nomes da música brasileira.

“Na Estrada da Vitória a ferrovia trazia o trem até a Beira-Mar”, canta Saldanha em “A cidade era feita de poesia”, parceria com o poeta José Chagas (1924-2014), em dueto com Tássia Campos, relembrando sua vinda de Rosário, ainda na infância. “Olha, moço, eu vim, de pra lá da Ponta d’Areia”, canta Josias em “De Cajari pra capital”, clássico lançado por Papete em 1978, no antológico Bandeira de aço (Discos Marcus Pereira). Joãozinho e Sérgio nasceram na ilha, paisagem/personagem constante em suas obras.

Josias Sobrinho, Sérgio Habibe e Joãozinho Ribeiro, em fases distintas, também tiveram passagens pelo Laboratório de Expressões Artísticas do Maranhão, o Laborarte, celeiro criativo fundado em 1972 e até hoje na ativa. Chico Saldanha nunca deixou de observar o movimento e foi o responsável por fazer chegar aos ouvidos de Papete (e de Marcus Pereira [1930-1981]) as composições dos dois primeiros – além de Cesar Teixeira e Ronaldo Mota – registradas por ele no elepê merecidamente considerado um divisor de águas na produção fonográfica do Maranhão.

A exemplo de encontros inspiradores como o clássico Cantoria, que reuniu Elomar, Geraldo Azevedo, Vital Farias (1943-2025) e Xangai, e, mais recentemente o Desengaiola, que somou os talentos de Alfredo Del-Penho, João Cavalcanti, Moyseis Marques e Pedro Miranda, o show Mostra Quatro 70 será apresentado nesta quarta-feira (23), às 20h, no Teatro João do Vale (Rua da Estrela, Praia Grande). Os ingressos são gratuitos, devendo ser retirados na bilheteria do teatro, uma hora antes do início do espetáculo.

Os quatro setentões serão acompanhados por Sued Richarllys (guitarra, violão e direção musical), Rui Mário (acordeom e teclado), João Neto (flauta), Lucas Sobrinho (baixo e vocal), Cassiano Sobrinho (bateria e vocal) e Luiz Cláudio (percussão).

O repertório, autoral, passeará por pérolas de suas obras individuais, nos mais diversos gêneros, clássicos que habitam o inconsciente coletivo do maranhense, mas não só, além de também demonstrar o vigor criativo do quarteto na atualidade. O encontro do quarteto em um palco é inédito. As testemunhas oculares estaremos diante de um acontecimento histórico. Imperdível, portanto.

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