“Sempre” reafirma compromisso do Quinteto Villa-Lobos com a cultura brasileira

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"Sempre" - capa/ reprodução
"Sempre" - capa/ reprodução

Patrimônio vivo da música brasileira, particularmente a instrumental, o Quinteto Villa-Lobos é uma das mais longevas formações do ramo no Brasil. Leva por nome um dos maiores gênios nascidos por estas plagas, o maestro Heitor Villa-Lobos (1887-1959), pioneiro no entrecruzar da música clássica aprendida em conservatórios e executada em salões com uma música genuinamente popular, fruto de profundas pesquisas em uma época em que isto significava mergulhar nos rincões e ir ao encontro.

O Quinteto Villa-Lobos - foto: Daniel Ebendinger/ divulgação
O Quinteto Villa-Lobos – foto: Daniel Ebendinger/ divulgação

Com mais de seis décadas em atividade, o grupo atualmente é formado por Rubem Schuenck (flauta), Rodrigo Herculano (oboé), Cristiano Alves (clarineta), Philip Doyle (trompa) e Aloysio Fagerlande (fagote), e acaba de lançar Sempre (Biscoito Fino, 2024), em que se debruça sobre o choro e a canção brasileira, além de revelar temas inéditos.

“O Quinteto Villa-Lobos partiu de algumas premissas fundamentais: comprometimento histórico e efetivo com a arte de nosso país; valorização e difusão de obras inéditas, inclusive dedicadas ao Quinteto Villa-Lobos; releituras especiais de clássicos do choro e da canção brasileira; além de prestar tributo à contribuição ímpar de Paulo Sérgio Santos através do registro e difusão de seus arranjos icônicos”, explica o clarinetista Cristiano Alves sobre a seleção de repertório.

As 13 faixas costuram notáveis chorões, como Joel Nascimento (“O Pássaro”), Pixinguinha (1897-1973) e Benedito Lacerda (1903-1958) (“Ainda Me Recordo” e “Um A Zero”), Jacob do Bandolim (1918-1969) (“Noites Cariocas”), Chiquinha Gonzaga (1847-1935) (“Atraente”) e K-Ximbinho (1917-1980) (a faixa-título e “Teleguiado”), além de papas como Dorival Caymmi (1914-2008) (“Modinha Para Gabriela” e “Só Louco”) e Noel Rosa (1910-1937) (“Visitando Noel”, medley com os clássicos “Feitiço da Vila” (parceria com Vadico [1910-1962]), “As Pastorinhas” (com João de Barro [1907-2006]), “Conversa de Botequim” (também com Vadico), “Palpite Infeliz”), com arranjos do grupo, de Paulo Sérgio Santos (que integrou o Quinteto Villa-Lobos por quase cinco décadas), Jayme Vignoli, Carlos Chaves (autor de “Marineti no Frevo”, que abre o álbum) e K-Ximbinho (que dedicou arranjos ao grupo).

Formado em 1962, o Quinteto Villa-Lobos construiu uma trajetória que faz jus ao maestro que lhe empresta o nome, reforçando seu amor pelo Brasil e por sua música. Por motivos de força maior, a formação do Quinteto Villa-Lobos mudou ao longo dos anos, mas o grupo nunca abriu mão dessa premissa, corroborada por todos aqueles que já o integraram. Sempre é título que reafirma este compromisso com a cultura brasileira.

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