Morre em MG aos 80 anos o lendário violeiro Téo Azevedo

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Téo Azevedo e Zé Coco do Riachão em 1983, em São Paulo, em foto de Juvenal Pereira

Morreu neste sábado em Montes Claros, Minas Gerais (a 430 km de Belo Horizonte), o violeiro, cantor, compositor, cordelista, escritor e folclorista Téo Azevedo, que ostentou a reputação de ser um dos artistas brasileiros com mais músicas gravadas. Portento do Norte de Minas, Téo Azevedo tinha 80 anos e suas canções foram gravadas por Zé Ramalho, Sérgio Reis, Milton Nascimento, Luiz Gonzaga, Paulo Freire, Roberto Corrêa e Chico Lobo, entre dezenas de outros, e ganhou um prêmio Grammy. Autodidata, deixou cerca de 3 mil músicas, mil folhetos de cordel e 12 livros. O artista estava internado no Hospital Dilson Godinho e morreu em decorrência de uma encefalite, segundo a família. O corpo seria velado no Memorial da Santa Casa de Montes Claros, de 12 horas às 15 horas deste sábado.

Ex-engraxate, ex-lavador de carros, ex-carregador de malas, ex-boxeador, ex-homem da cobra, fundador de escola de samba, Téo Azevedo foi amigo do poeta Carlos Drummond de Andrade (seria a inspiração por trás do livro Viola de Bolso, que Drummond escreveu nos anos 1950) e participou de um disco do saxofonista Bobby Keys, do grupo britânico Rolling Stones. Luiz Gonzaga gravou dele Calango e Saudade do Corneteiro. Segundo conta o pesquisador paraibano Assis Ângelo, a sua primeira gravação como cantor ocorreu em 1965, Deus te Salve Casa Santa, obra de origem popular portuguesa e por ele adaptada e readaptada depois por outro mineiro, Tavinho Moura, e gravada por Milton Nascimento sob o título de Calix Bento. A primeira gravação de Téo saiu em 78rpm pelo selo Discobel.

Téo Azevedo cantou nas ruas, na Praça da República em São Paulo com Alceu Valença, no início da carreira, e com a dupla Venâncio e Corumba, e gravou mais de dez discos. Também fez música para peças teatrais de Guimarães Rosa e Martins Pena.

Ouça um teco da arte incomparável de Téo Azevedo:

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