Ativistas acusam diretor da Fundação Teatro Municipal de arrancar bandeiras LGBTQIAPN+ e atirá-las ao chão

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Bandeira do Orgulho LGBTQIaPN+ que foi arrancada da fachada do Theatro Municipal

A comunidade LGBTQIAPN+ denunciou hoje um ato autoritário e de fundo discriminatório da direção da Fundação Theatro Municipal (FTM) de São Paulo ocorrido nesta quarta-feira, 14 de junho. Segundo o grupo de ativistas, que organizou um abaixo-assinado, o diretor geral da fundação, o advogado Abraão Mafra, subiu nos andares superiores do edifício e retirou pessoalmente as bandeiras-símbolo do orgulho LGBTQIAPN+ que estavam dispostas nas fachadas do Theatro Municipal. Mafra teria agido à revelia da Organização Social que faz a gestão do espaço, a Sustenidos Organização Social de Cultura, numa atitude de desrespeito também ao contrato de gestão da instituição.

A tradição de expor as bandeiras do orgulho LGBTQIAPN+ na fachada do Teatro Municipal começou em 2019, e se estende durante todo o mês de junho em solidariedade às causas da diversidade, “em sintonia com centenas de outros equipamentos culturais, públicos e privados, na cidade de São Paulo e em todo o Brasil”, segundo carta pública divulgada pelos ativistas.

“A falta absoluta de justificativa por parte da FTM para a solicitação de retirada das bandeiras torna essa ação um ataque às políticas de diversidade, que representam conquistas históricas da comunidade LGBTQIAPN+. Além disso, como trabalhadoras do CTMSP, denunciamos o descumprimento, por parte da FTM, do Contrato de Gestão em vigor. A Sustenidos é a entidade gestora legítima do CTMSP e, portanto, cabe a ela tomar decisões desse tipo. À FTM compete monitorar o Contrato de Gestão, garantindo a transparência, imparcialidade e ética no cumprimento de todas as cláusulas”, diz a carta divulgada pelos ativistas.

“É extremamente preocupante que a entidade fiscalizadora do Contrato de Gestão aja com tamanha ingerência em um dos mais importantes espaços públicos da cidade de São Paulo. Isso demonstra um evidente desrespeito, especialmente para com os munícipes e cidadãos paulistanos, além de representar um grave sintoma de assédio no ambiente de trabalho”, diz o documento, que considerou o ato da direção da FTM um ataque e um desrespeito, um ato de violência simbólica e antidemocrático.

Acima, as bandeiras simbólicas na fachada do Theatro Municipal no início de junho

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