Banco Central põe 20 milhões de reais na criação do Museu Econômico

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O Banco Central do Brasil destinou 20 milhões de reais, em junho passado, para a criação do Museu Econômico, o primeiro do gênero na América do Sul, que funcionará na sua sede de Brasília. A criação do novo museu federal será feita com ciência e acompanhamento do Instituto Brasileiro de Museus (Ibram), embora sem vinculação à instituição. Tem prazo de instalação até 2024, mas ainda não foi divulgado o seu cronograma de atividade. O novo museu tem inspiração de instituições internacionais como o Geld Museum (Alemanha), o Bank of Canada Museum (Ottawa, Canadá), a Cité de l’Economie (Citéco, na França) e o Interactive Museum of Economics (Mide, na Cidade do México).

Atualmente, já funciona no 1º subsolo do edifício-sede do Banco Central, em Brasília, o Museu de Valores, criado em 1972 e que ocupa uma área de 1,7 mil m2. Trata-se, até o momento, de um museu numismático, focado na exposição de moedas – possui 125 mil peças (554 delas consideradas de valor artístico) brasileiras e estrangeiras, com antigos e modernos meios de pagamentos, condecorações, medalhas, documentos históricos, títulos, jetons, sinetes, peças de ouro, documentos e objetos.

Já o novo museu que será instalado prevê a ocupação de 7 mil m2 de área num edifício que, a princípio, poderá ser construído no estacionamento descoberto do Banco Central – o projeto prevê café, restaurante, loja, biblioteca e espaço de eventos. Para a construção de um prédio novo, o custo estava estimado, inicialmente, em algo entre 100 milhões e 140 milhões de reais. Mas o BC estuda também um aumento de área no 1º subsolo com uma portentosa reforma de 25 milhões de reais – o problema é que essa alternativa ainda não é vista como atrativa para o público externo, que a nova instituição quer atrair. O BC prefere um prédio independente, com uma ligação entre a sede e o museu, o que possibilitaria que  a área expositiva e as casas-fortes existentes poderiam continuar a ser usadas, e que atrairia 150 mil visitantes por ano (hoje, a visitação está em torno de 20 mil pessoas por ano).

O conceito do novo museu é muito mais abrangente e interativo que o atual, e inclui uma plataforma também virtual, com atividades lúdicas e de educação financeira. Entre outros assuntos, o museu pretende tratar de conceitos de economia relacionados à política cambial e monetária, formação de poupança, planejamento previdenciário e securitário. Um dos focos principais, além da História Econômica brasileira dos últimos 500 anos, será na educação financeira – educação para o consumo, educação financeira e planejamento previdenciário.

Os 20 milhões destinados em junho para o Museu Econômico vieram de um Termo de Execução Descentralizada (TED) firmado entre o Ministério da Justiça e Segurança Pública, por meio do Fundo de Defesa de Direitos Difusos, e o Banco Central do Brasil. O Museu de Valores que existe atualmente é um dos xodós da instituição. É dividido em diversos espaços: Sala Brasil, Sala Mundo, Sala Ouro, Sala Emissões do Banco Central do Brasil, Sala Curiosidades Monetárias, Sala Outros Valores, Sala Fabricação do Dinheiro e uma máquina de cunhar de 1937 para a distribuição de medalhas-brindes aos visitantes. A vedete é a Sala do Ouro – oito vitrines exibindo as diversas formas do precioso metal: in natura; seus instrumentos de fundição; o ouro amoedado e de investimento; o ouro usado em medalhas, sinetes e condecorações; as barras good delivery, negociadas em bolsas internacionais de ouro; o processo eletrolítico de refino; e, entre várias barras e pepitas, a maior pedra já encontrada no Brasil. Essa pepita pesa cerca de 60 kg e foi encontrada em Serra Pelada (PA), em 1983. É considerada, por sua formação geológica, uma das mais raras do mundo.

A ideia de criar o Museu de Valores surgiu assim que o Banco Central foi fundado, em 17 de agosto de 1966. Foi quando se iniciou a coleta de acervo, planejamento de espaço e composição de pessoal especializado. Nos anos 2000, com a chegada, ao cenário internacional, do debate sobre inclusão e educação financeira aos órgãos reguladores e bancos centrais de diversos países, iniciou-se uma estratégia de enfrentamento dos desafios. Alguns bancos centrais, além das ações tradicionais de educação financeira, passaram a investir na implementação de museus dedicados à economia, visando aproximar o tema dos cidadãos e cidadãs. Alguns museus de bancos centrais passaram a ser reformulados com esse novo enfoque. Buscando um alinhamento maior com seus equivalentes internacionais, o Banco Central incluiu a proposta de criação de um novo museu no Plano Museológico 2018-2022.

 

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