Um dos corredores vazios de acesso à Cinemateca Brasileira, em São Paulo

A organização social Sociedade Amigos da Cinemateca (SAC) recebeu na quarta-feira, 17 de novembro, as chaves da Cinemateca Brasileira, maior acervo audiovisual da América do Sul, para iniciar um trabalho emergencial voluntário de três meses à frente da instituição. Após quase dois anos fechada e sob tutela do governo federal, os novos gestores entraram na Cinemateca e fizeram uma primeira análise da situação, anunciando que as atividades vão começar a ser progressivamente retomadas.

Segundo a SAC, o contrato, fechado com a Secretaria do Audiovisual do Ministério do Turismo, permitirá o retorno de parte da equipe de técnicos e colaboradores da Cinemateca, demitidos em agosto de 2020. A Fundação Vale providenciou recursos para o início dos trabalhos. Segundo divulgou a SAC, profissionais da área técnica, que já trabalharam na Cinemateca, estão sendo recontratados aos poucos e começam a reocupar seus postos. Na medida do possível, outros colaboradores serão convocados para assumir funções que permitam a recuperação gradual da normalidade de atuação da Cinemateca.

“O grupo, em tamanho reduzido, retorna à Cinemateca para uma avaliação minuciosa dos possíveis danos causados ao acervo, aos equipamentos e em sua infraestrutura depois de quase um ano e meio de fechamento e pelo incêndio que atingiu o galpão da Vila Leopoldina, em julho passado”. A reabertura da Cinemateca Brasileira está sendo possível por causa da doação de serviços voluntários de documentação, preservação e difusão audiovisual ao interesse público. O governo federal, em contrapartida, prometeu reconstituir o Conselho Técnico Consultivo da Cinemateca Brasileira (CTCCB), conforme previsto na escritura de extinção da antiga Fundação Cinemateca Brasileira, em 1984, e eleger, entre os membros, representantes da gestão cultural do governo federal, da classe cinematográfica e audiovisual (como por exemplo, realizadores, produtores, técnicos, professores, pesquisadores, críticos e aqueles que possuam notória qualificação). A estruturação do conselho visa discutir diretrizes para a política pública e ações a serem adotada pela Cinemateca Brasileira.

Maria Dora Mourão, diretora executiva da SAC, conduzirá a Cinemateca na transição até que o contrato de gestão por cinco anos seja firmado – o resultado definitivo do edital que selecionou a SAC como a entidade que fará esse trabalho foi publicado no último dia 10 de novembro no Diário Oficial da União, e a entidade tem 45 dias para a apresentação da documentação comprobatória hábil para a sua qualificação como organização social.

“Assim que as condições objetivas permitirem, o público poderá voltar a frequentar a Cinemateca. Desde já, o Banco de Conteúdos Culturais, no site da Cinemateca, está novamente acessível”, informou a nota da SAC.

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