Aprendendo a cair. Capa. Reprodução
Aprendendo a cair. Capa. Reprodução

Em 1868, a partir da iniciativa de um pastor, foi fundada a Fundação Evangélica Neuerkerode, que a princípio cuidava de cinco meninos com deficiência. Mais de 150 anos depois, tendo sobrevivido ao regime nazista alemão, a instituição prova o quão visionários eram seus fundadores, com, atualmente, cerca de 800 pessoas com deficiência convivendo de forma inclusiva em uma vila.

Quando Neuerkerode completou 150 anos, o jovem e talentoso quadrinhista Mikael Ross foi convidado a contar sua história. O resultado é a comovente e bem-humorada graphic novel “Aprendendo a cair” [Der umfall; tradução: Renata Silveira; Nemo, 2020, 128 p.; R$ 59,80], que lhe valeu o Max und Moritz, a maior honraria alemã da nona arte.

A HQ de Ross acompanha a saga de Noel, fã do AC/DC que sonha em aprender a tocar guitarra e, com a morte da mãe, com quem morava em Berlim, vai parar na vila e precisa, pela primeira vez na vida, se virar “sozinho”. A história envolve desde a alegria ao ganhar o instrumento – que a mãe lhe deu de presente de aniversário antes de falecer – e a aventura na tentativa de ir a um show da banda predileta, aproveitando sua passagem pela Alemanha, com os ingressos que a mãe também deixou comprados.

A história contada por Ross, hábil no uso das cores, – o que acaba dialogando com a ideia de diversidade, afinal de contas, de que trata o livro – parte de um mergulho dele no cotidiano da vila inclusiva; seus quadrinhos são ficção, mas ancorada na observação da vida das pessoas em Neuerkerode. Noel se vê às voltas com os dramas típicos da adolescência, com as dúvidas e as descobertas da amizade, do amor e da morte e a consequente dificuldade de lidar com perdas. É, acima de tudo, uma história sobre inclusão, diversidade, evolução e superação.

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