Sob pressão da Justiça, o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) notificou hoje publicamente o tombamento do conjunto Tecelagem Parahyba, em São José dos Campos (SP), dando 15 dias para o proprietário (Colonizadora Vila Rica S/A) ou eventuais interessados contestarem a decisão. A partir  de agora, o complexo passa a gozar de proteção federal e qualquer intervenção nas construções do conjunto ou no seu entorno devem ser comunicadas ao Iphan, sob pena de configurar crime.

Em setembro do ano passado, a 3ª Vara da Justiça Federal em São José condenou o Iphan à conclusão do processo de tombamento, que se arrastava desde 1996. O juiz Fabio Luparelli considerou que não havia justificativa razoável para que um processo dessa natureza demorasse 23 anos para ser concluído.

Foram tombados o depósito de produtos acabados, a ordenha (em ruínas), a portaria, as sedes das fazendas,  a residência e o jardim da residência Olivo Gomes, o galpão de beneficiamento de arroz e café, o Lago das Capivaras, a Casa da Ilha, o anfiteatro, o viveiro, o conjunto de tecelagem, o setor administrativo da fazenda, a fábrica de ração, uma residência, uma piscina, casas de gerência e de hóspedes, o vestiário da piscina, o galpão de máquinas a usina de força, o grupo escolar Tecelagem Parahyba e o estábulo.

Fundada em 1925 na área de duas fazendas, Sant’Ana e Monte Alegre, a fábrica de tecidos de algodão foi um projeto do arquiteto Rino Levi (1901-1965) e significa uma ruptura nos padrões fabris europeus usados até então. Teve diversas fases de produção e esteve em vias de fechar muitas vezes. Em 2015, o BNDES leiloou 168 bens da fábrica para quitar uma dívida de R$ 500 mil.

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